Desde o dia 19 de janeiro, a cristã ex-muçulmana, Fatemeh Mohamadi, estava desaparecida no Irã. De acordo com o site inglês Article 18, ela está presa no centro de detenção em Qarchak, que fica ao sul da capital Teerã. A fiança da jovem de 21 anos foi de aproximadamente 2.250 dólares, mais de um ano salarial para um iraniano comum. Durante os esforços dos parentes de conseguir o montante, o caso foi transferido para uma corte superior, que ainda vai decidir sobre a concessão da libertação temporária.
Ainda não há informações precisas sobre por quais acusações a cristã está presa. Outro fato é que ela não teve direito de escolher o próprio advogado. Apesar disso, Mary, como prefere ser chamada desde a conversão, pôde ligar várias vezes para casa e, de acordo com os pais, ela está bem. A jovem foi presa durante um protesto contra a ação do governo em derrubar um avião de passageiros com 176 pessoas, como retaliação ao ataque americano no Iraque, que resultou na morte do general Qassem Soleimani.
A Portas Abertas contou um pouco da história da ativista que denunciava as decisões controversas do governo do Irã contra os cidadãos de minorias religiosas, como o cristianismo. Nas redes sociais, ela denunciou a perseguição acadêmica que enfrentou ao ser impedida de fazer as provas e frequentar as aulas na Universidade de Teerã. No dia da detenção, Mary postou sobre a censura enfrentada pela mídia iraniana e acusou as autoridades de usarem os meios de comunicação para iludir a população. Devido às celebrações do 41º aniversário da Revolução Iraniana no dia 11 de fevereiro, e à comemoração do Ano Novo persa em 20 de março, o sistema legal no país está mais lento, por isso não há certeza se Mary será libertada antes ou depois do feriado.