Da Redação JM Notícia
Neste domingo (4) os moradores de Costa Rica votaram para presidente levando para o segundo turno o pastor evangélico de direita Fabrício Alvarado e o ex-ministro de centro-esquerda Carlos Alvarado.
Apesar do mesmo sobrenome, não há parentescos entre os dois candidatos, a semelhança, porém, se repete na profissão: ambos são jornalistas.
Fabrício Alvarado tem 43 anos e faz parte do Partido Restauração Nacional (PRN), formado a partir de igrejas pentecostais que estão crescendo pelo país. Ele exerce o mandato como deputado. Ele recebeu 24,79% dos votos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral da Costa Rica.
Já o ex-ministro do Trabalho, Carlos Alvarado, faz parte do Partido Ação Cidadã (PAC) e recebeu 21,74% dos votos válidos. Aos 38 anos, ele conseguiu agregar as forças progressistas do país prometendo dar continuidade ao trabalho do atual governo.
Pesquisas afirmavam que pastor tinha 3% dos votos
O pastor conseguiu votos suficientes para ir ao segundo turno contrariando assim as pesquisas de intenção de voto que davam a ele 3% dos votos.
Segundo o jornal Start Magazine, a reviravolta do candidato se deu em janeiro, quando ele se colocou contra o casamento gay que foi apoiado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH). Ele chegou a ameaçar tirar o país da Corte.
O analista político Jorge Vega declarou à AFP que se colocar contra essa declaração da CorteIDH impulsionou a candidatura do religioso. “Sem dúvidas, a religião impulsionou Fabrício Alvarado e isto se acentuou com veemência a partir da resolução da corte interamericana”, declarou.
Ao comemorar os resultados das urnas, o pastor declarou: “Hoje os costa-riquenhos saíram para votar e a mensagem é clara: a Costa-Rica não quer mais do mesmo, não deseja mais as campanhas políticas de sempre. Por isto me uno ao movimento que foi criado de unidade, valores, de inovação e verdadeiro progresso”, disse Fabrício que durante toda a campanha declarou que defenderia os princípios e valores da família.
Seu adversário também comentou os resultados das eleições em primeiro turno e se mostrou a favor das chamadas “diferenças”, contrariando assim o discurso do candidato de direita.
“O próximo governo deve ser de unidade nacional, um governo que leve ao diálogo, que respeite as diferenças, que saiva transformar este país”, disse Carlos Alvarado.
Essa foi a primeira vez desde a segunda metade do século passado em que o poder não será disputado pelos dois partidos mais tradicionais da Costa Rica: Liberação Nacional (social-democrata) e Unidade Social Cristã (centro-direita).