O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite de quarta-feira (27) um pacote de contenção de gastos que visa economizar R$ 70 bilhões em 2025 e 2026. A proposta inclui a limitação do reajuste do salário mínimo a 2,5% ao ano, além da inflação, e a restrição do pagamento do abono salarial.
Atualmente, o reajuste do salário mínimo leva em consideração o INPC acumulado de 12 meses e o crescimento do PIB de dois anos antes. Com as mudanças, o abono salarial será gradualmente limitado aos trabalhadores que ganham até 1,5 salário mínimo, em vez de até dois salários, como ocorre hoje.
O pacote também prevê isenção de Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil por mês. A medida, segundo fontes do governo, é uma tentativa de amenizar os impactos das restrições no salário mínimo e atrair apoio popular. A notícia gerou reflexos no mercado financeiro: a Bolsa caiu 1,7% e o dólar subiu para R$ 5,91.
O pacote será detalhado nesta quinta-feira (28), mas já foi confirmado que o abono salarial, pago anualmente aos trabalhadores com carteira assinada que ganham até dois salários mínimos, terá o valor máximo mantido em R$ 2.640. No entanto, a correção do benefício será feita apenas pela inflação, ao contrário do que ocorre com o salário mínimo, que tem aumentos superiores à inflação.