O deputado federal Tiago Dimas (SD-TO) manifestou, nesta quarta-feira, 26 de junho, preocupação com o anúncio de possível fechamento da unidade da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) de Araguaína. Para o deputado, antes de o governo promover a desmobilização das 27 unidades anunciadas, a Conab deve apresentar um levantamento detalhado e discriminado sobre as justificativas para cada um desses armazéns da companhia.
O parlamentar presidiu audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara convocada exclusivamente para este assunto, após aprovação de requerimento do próprio Tiago Dimas.
“A função de uma estatal também é essa: ir aonde a não se desperta interesse à iniciativa privada e isso, naturalmente, demanda investimentos públicos”, ressaltou Tiago Dimas, ao destacar que as questões econômicas não podem ser o único fator levado em consideração.
Além de deputados federais, participaram da audiência o diretor de Departamento de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sílvio Farnese, o presidente da Conab, Newton Araújo Silva Júnior, a coordenadora de Assuntos Estratégicos da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Elisângela Pereira Lopes e do diretor social e de Comunicação da Asnab (Associação Nacional dos Empregados da Conab), Aeldo Protázio.
Vários outros representantes de servidores da Conab no Brasil também participaram da audiência e, alguns deles, tiveram direito a fazer seus questionamentos.
“A gente fica preocupado com essas colocações, eu fico preocupado com Araguaína, que é uma grande produtora e tem no agronegócio seu carro-chefe na economia. Eu me preocupo muito mesmo com os impactos da saída da companhia de lá”, explicou o deputado.
Tiago Dimas também pediu que a Conab apresente estudo detalhado referente a cada unidade que precisaria ser fechada, explicando os motivos um a uma. “Precisamos saber por que mesmo cada uma dessas 27 unidades (veja lista neste link https://www.conab.gov.br/images/arquivos/armazenagem/Lista.pdf) precisa ser encerrada. Sabemos que são necessário sacrifícios e todos os setores fazem cortes, mas é necessário lembrar que os produtores rurais são a essência de existir da Conab”, salientou.
Nas apresentações, os dirigentes da Conab e do Ministério da Agricultura fizeram um relato, explicando questões de custos e garantindo que, mesmo com os armazéns fechados, o atendimento aos produtores que compram milho e outros cereais da Conab, assim como a população carente assistidas pelas unidades, não sofrerão com solução de continuidade.
Em Araguaína, mais de 200 produtores compram milho por ano no local. Além disso, mais de 1,7 mil famílias (entre acampados, indígenas e quilombolas) recebem produtos do armazém da Conab da cidade.