Da Redação JM Notícia
Na última semana, em Iperó (SP) o presidente da República, Michel Temer, participou do lançamento da pedra fundamental do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). O equipamento tornará o Brasil autossuficiente na produção de insumos para o tratamento de doenças como o câncer e deu início às operações do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene).
“Os dois belíssimos projetos que ora celebramos, o reator e o Labgene, elevam nosso patamar em ciência e tecnologia e promovem, na verdade, o desenvolvimento do Brasil“, resumiu o presidente.
O Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) vai permitir que o Brasil tenha autonomia na produção de um elemento relevante para o diagnóstico e tratamento de câncer: os radioisótopos. Atualmente, o País gasta entre R$ 15 milhões a R$ 20 milhões para importar o material.
Segundo o coordenador técnico do RMB, José Augusto Perrota, a expectativa é zerar esse valor em 2024, quando o equipamento estará pronto. “Com o RMB, nós pretendemos não ficar dependentes dessa importação do material. Nós temos tecnologia no País, nós somos capazes de produzir combustíveis nucleares, capazes de processar esses combustíveis”, afirma.
Com custo total estimado em US$ 500 milhões, o projeto recebeu R$ 225 milhões em investimentos e terá múltiplas finalidades. Além de produzir substâncias para medicina nuclear, agricultura e indústria, o reator poderá criar capacidade nacional para testar e qualificar materiais e combustíveis nucleares. Por fim, ele também facilitaria a instalação de um laboratório nacional de pesquisas com feixes de nêutrons.
No mundo, o número de reatores desse porte é pequeno. Por isso, o Brasil poderá tornar-se exportador do radioativo. De acordo com a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti) de 2016 a 2019, ele também é um dos projetos de pesquisa que colocarão o País na fronteira do conhecimento.