Da Redação JM Notícia
O bispo dom Roberto Ferrería Paz, bispo de Campos de Goytacazes (RJ) declarou que para a CNBB a prisão do bispo d. José Ronaldo Ribeiro, acusado de participar de um esquema que teria desviado R$ 2 milhões doados por fiéis, em Formosa (GO), é abusiva.
Em entrevista ao site Meon, o religioso reclamou da falta de provas. “A Igreja está colaborando com as investigações, porém nos parece que não há provas. Ainda não foram apresentadas provas contra ele. Estamos tratando justamente de tirar dom José Ronaldo de uma prisão que nos parece abusiva”, disse.
Na última quinta-feira, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou habeas corpus e decretou bloqueio de bens e quebra de sigilo bancário do religioso.
O assunto foi debatido pelos bispos que participam da 56ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que reúne cerca de 400 bispos desde o dia 22 até a próxima sexta-feira (20).
“A Igreja sempre trabalha muito auditoria, mas parece que houve abuso de poder. D. José Ronaldo está indiciado, não está condenado”, afirmou o bispo de Campos.
Entenda o caso
A Operação Caifás prendeu em 19 de março o bispo D. Ronaldo e mais oito padres acusados de apropriação indébita, falsidade ideológica e formação de quadrilha pelo desvio de dízimos e doações feitas à Igreja. A acusação do Ministério Público diz que o dinheiro supostamente desviado foi usado para comprar fazenda, gado, casa lotérica, entre outros bens.
As investigações começaram em 2017 quando alguns fiéis começaram a denunciar o aumento das despesas da casa episcopal que passaram de R$ 5 mil para R$ 35 mil.
A Justiça autorizou escutas telefônicas e conseguiu identificar que o grupo de religiosos comprou uma fazenda de criação de gado e uma casa lotérica com o dinheiro desviado. A investigação também levantou indícios de que o dinheiro era usado para despesas pessoais e compra de carros para uso particular.