O site Bitter Winter, especializado em monitorar a perseguição religiosa perpetrada pelo Partido Comunista Chinês (PCC), em particular contra os cristãos, publicou no começo deste mês um relatório em que aponta que o regime imposto à China está aproveitando a pandemia de covid-19 para intensificar a repressão contra as igrejas.
Segundo o relatório, o Departamento de Assuntos Religiosos da província de Jilin, no nordeste chinês, emitiu em fevereiro uma solicitação às autoridades locais para investigarem as igrejas e coletarem informações sobre a sua data de estabelecimento, quem são os responsáveis e qual é o tamanho das congregações, num primeiro passo para fechá-las por completo. O governo da província planejaria fechar também os seminários, jardins de infância, escolas regulares e grupos de catequese, além de suprimir a veiculação de atividades religiosas pela internet.
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Todd Nettleton, porta-voz de outro grupo que monitora perseguições religiosas mundo afora, o Voice of the Martyrs (VOM), declarou em março a respeito deste mesmo panorama:
“A China agora está se mostrando como um modelo para combater o coronavírus, mas combater a pandemia não impediu as autoridades comunistas de perseguirem os cristãos”.
De fato, sempre segundo o Bitter Winter, o grupo governamental de combate ao coronavírus em Nenjiang, na província de Heilongjiang, reforçou em fevereiro a proibição de que indivíduos e grupos organizem quaisquer atividades religiosas não autorizadas, ou seja, todas aquelas que não seguirem as estritas diretrizes do Partido Comunista Chinês. A mesma determinação pede que o Departamento de Trabalho da Frente Unida “feche resolutamente os locais religiosos ilegais”, além de oferecer recompensa financeira aos moradores locais que denunciarem os locais de culto.
A epidemia de coronavírus, assim, estaria servindo como contexto facilitador para o PCC continuar perseguindo os cristãos não submissos às suas diretrizes, por representarem uma ameaça ao regime ateu e materialista centralizado em Pequim. Segundo o Bitter Winter, as autoridades locais alegam seguir ordens do governo central para fechar as igrejas.
(Com Aleteia)