Apesar de contar com apenas seis casos confirmados de zika no Estado, quatro em Palmas, um Colinas do Tocantins e um em Araguaína, cerca de 200 casos da doença foram notificados nas últimas duas semanas e estão sob investigação. A informação é da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
De acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica das Doenças Vetoriais e Zoonoses da Sesau, Mary Ruth Maia, o número de notificações é estimado porque os sistemas ainda estão sendo consolidados. Quanto à confirmação dos casos, há ainda a demora no resultado dos exames laboratoriais. “Nossos primeiros casos confirmados foram de pacientes que iniciaram os sintomas em junho. Os resultados demoram cerca de dois meses”, esclareceu. Os exames laboratoriais dos estados da região Norte do País estão sendo realizados no Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA).
O Ministério da Saúde (MS), conforme explicou Mary Ruth, está considerando como casos prováveis no Tocantins todos os que foram descartados para dengue, que atualmente são de 8 a 13 mil. Esses casos, segundo ela, dificilmente poderão ser confirmados, uma vez que o exame para diagnosticar o zika deve ser realizado até o quinto dia após o aparecimento dos sintomas.
A diretora esclareceu que o MS orientou os estados a constituírem unidades de saúde sentinelas, para onde os casos mais característicos da doença são encaminhados e seja feita a coleta do material e o diagnóstico do zika vírus. Atualmente, o Tocantins conta com unidades sentinelas apenas na Capital, uma na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte e outra na UPA Sul. A intenção é que sejam instaladas unidades sentinelas nas oito regiões de Saúde do Estado.
Microcefalia
No Tocantins, ainda não há confirmação de que os casos de microcefalia estejam relacionados ao zika vírus. A diretora de Vigilância Epidemiológica explicou que, além da dificuldade em confirmar laboratorialmente os casos de zika, entre outros, a investigação das causas da microcefalia não é simples. “Além dos resultados laboratoriais, ainda há de se investigar todos os fatores envolvidos na microcefalia, e o histórico da gestação tem que ser investigado antes de relacionar os casos. A gente precisa estudar cautelosamente cada caso”, ressaltou Mary Ruth.
No último levantamento divulgado pela Sesau, o número de casos de microcefalia chegava a 40, distribuídos em 21 municípios tocantinenses: Almas, Angico, Aragominas, Araguaína, Brejinho de Nazaré, Centenário, Colinas, Darcinópolis, Dianópolis, Divinópolis, Formoso do Araguaia, Goiatins, Lagoa do Tocantins, Natividade, Nova Olinda, Novo Acordo, Palmas, Porto Nacional, Santa Tereza, Tocantínia e Wanderlândia.
Dados
De acordo com o MS, até o último dia 12, foram registrados 2.401 casos de microcefalia e 29 óbitos no País, distribuídos em 549 municípios de 20 estados.
Do total de suspeitos notificados, foram confirmados 134 casos e descartados 102. Ainda continuam sob investigação 2.165 casos. Do total de óbitos, um foi confirmado e dois descartados. Os demais 26 continuam sendo averiguados. A investigação dos casos de microcefalia relacionados ao vírus zika é feito em conjunto com gestores de Saúde de estados e municípios. Jornal do TO