Da Redação JM Notícia
Nesta quarta-feira (21) o vereador Lúcio Campelo (PR) foi até a tribuna da Câmara Municipal cobrar a presença do ex-governador do Paraná, o arquiteto Jaime Lerner, para prestar esclarecimentos sobre sua relação “amigável” com o prefeito de Carlos Amastha. Lerner é um dos envolvidos na Operação Nosotros, da Polícia Federal, e também um dos arquitetos projetistas do Cais Mauá, empreendimento que o Previpalmas investiu R$ 50 milhões ano passado, e que hoje é alvo de questionamentos na Câmara Municipal e no Tribunal de Contas do Estado.
Segundo o vereador Lúcio Campelo, “ já é hora de Jaime Lerner vir até esse plenário prestar esclarecimentos para a sociedade palmense. Essa é a segunda vez em que surge seu nome em meio a irregularidades gravíssimas, primeiro em 2016, como alvo da Operação Nosotros, trabalhando em conluio com operadores do esquema do BRT, e agora com o Previpalmas, brincando com a aposentadoria do servidor municipal”, questionou o parlamentar.
Campelo quer convocar Jaime Lerner para explicar também sobre sua relação pessoal com o prefeito Carlos Amastha, que segundo o vereador, são íntimas demais, mesmo após o escândalo do BRT. “Os dois tem até foto passeando em iate, são melhores amigos”, ironizou o vereador.
CPI
Existe um pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que agora em abril irá completar um ano em que foi apresentado, mas segundo Lúcio Campelo, “ o presidente da Casa, o vereador Folha, insiste em proteger os interesses da gestão e se nega a colocar a CPI em pauta”. Para Campelo, o momento da CPI seria ideal para a convocação de Jaime Lerner, mas a “pouca vontade” de Folha não permite os trabalhos investigativos do Legislativo.
O Previpalmas está sendo alvos de vários questionamentos após o surgimento da informações de aplicações suspeitas feitas através do Instituto. R$ 50 milhões da aposentadoria do servidor foram investidos através da Icla Trust, empresa envolvida no rombo milionário do Igeprev, que ultrapassa os R$ 400 milhões.
Compromisso
Enquanto essas irregularidades ocorrem na gestão municipal, vários serviços essenciais estão comprometidos e gastos desnecessários estão sendo feitos pela prefeitura. Campelo alertou para os quase R$ 3 milhões que o prefeito Carlos Amastha despendeu com a compra de pedras gigantes para serem postar nos canteiros e rotatórias da Capital.
“Enquanto temos filas enormes nas unidades de saúde, com exames laboratoriais suspensos por falta de pagamento, o prefeito gasta R$ 3 milhões com pedras, para enfeitar a cidade, o que coloca em risco a vida do condutor que por azar bater nessas pedras”, criticou o vereador.
Outro descaso apontado pelo parlamentar foi em relação aos professores da rede municipal, que até hoje não receberam os pagamentos das aulas que foram repostas devido a greve de 2017. “Essa é a gestão da maquiagem, que prefere comprar pedras ao invés de honrar com os pagamentos para nossos professores. Que gestor de respeito faz esse tipo escolha?”, questionou Lúcio Campelo.