Da redação JM
A viagem do presidente Jair Bolsonaro a Israel foi anunciada sob uma expectativa: a transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, uma promessa feita ainda antes da posse. Entretanto, segundo diplomatas familiarizados com as negociações, Israel sinalizou que aceitaria receber menos que o prometido, como a abertura de um escritório de representação do Brasil em Jerusalém, que teria menor peso que a embaixada, mas ainda assim com valor político. Esse foi o movimento confirmado hoje pelo Ministério das Relações Exteriores.
“O Brasil decidiu estabelecer um escritório em Jerusalém para a promoção do comércio, investimento, tecnologia e inovação.”, afirma o trecho divulgado pelo Itamaraty. A frase estará na declaração conjunta em que será anunciado o novo escritório de representação brasileira em Jerusalém.
A abertura do escritório de negócios é o primeiro passo para concretizar a promessa que aproximou o presidente brasileiro do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A promessa de transferência da embaixada, feita antes da posse, lembra a que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também fez. O americano levou nove meses para tomar a decisão final de mudar a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém. Já Bolsonaro, apesar de ter falado seguidas vezes antes de tomar posse que faria a mudança de embaixada, passou a ser mais cuidadoso com o assunto desde que assumiu o mandato.
Eduardo Bolsonaro usou o Twiter neste domingo para dizer que a criação de um escritório de negócios em Jerusalém é o primeiro passo “para a mudança definitiva da embaixada”.
“Vale lembrar que os EUA aprovaram nos anos 90, durante presidência de Bill Clinton, essa mudança de embaixada, mas só após governo Trump ela foi concluída. Estamos nos rumo certo.”
A mudança da política brasileira em relação ao conflito israelense-palestino, com um maior alinhamento às posições de Israel, teve influência, entre outros setores, de líderes evangélicos que apoiaram a eleição de Bolsonaro. Segundo entendem os evangélicos, que têm força também nos Estados Unidos, Jerusalém deve estar nas mãos do povo judeu como é de direito.
Com informações O Globo