Redação JM Notícia
O Ministério de Minas e Energia avalia alternativas para subsidiar a conta de luz de igrejas. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, as grandes igrejas seriam as beneficiadas pelo projeto que foi um pedido especial feito pelo presidente Jair Bolsonaro.
A pasta confirma que “está estudando o assunto”, mas tal projeto contraria a agenda reformista do ministro Paulo Guedes, defensor da redução desse tipo de benefício.
A ideia do governo é reduzir a conta de luz de consumidores de maior demanda, conectados à alta tensão, como basílicas e catedrais, que são os consumidores que pagam tarifas mais caras por utilizar o chamado horário de ponta, exatamente o período onde as missas e cultos acontecem.
O projeto quer então cobrar desses espaços as tarifas cobradas no restante do dia, ou seja, reduzindo o valor do horário de ponta que é contado do fim da tarde ao início da noite nos dias de semana.
O bispo Robson Rodovalho, fundador da Sara Nossa Terra, defendeu o projeto em entrevista à Veja, dizendo que serão poucas as igrejas que terão o benefício. “São poucos os templos grandes e pessoalmente, acredito que o impacto na economia seria pequeno”.
A própria sede da Sara Nossa Terra já foi pensada a fim de reduzir os gastos de energia, usando geradores próprios para os ares condicionados e utilizando lâmpadas de LEDs automáticas.
Mas há quem discorda deste tipo de projeto, como o sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires, que considera a medida “absurda”.
“Não dá para governar refém de grupos de interesses, porque uma hora vai ser a igreja, outra será os caminhoneiros, outra as montadoras”, diz Pires à Veja. “É preciso lembrar que a economia é um jogo de soma zero. Se um não paga, o outro paga por dois. E como o governo justificaria, por exemplo, que vai subsidiar energia das igrejas e não de escolas ou de hospitais?”, completa.