Da Redação JM Notícia
O deputado estadual Alan Barbiero (PSB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (23) para cobrar medidas de assistência social e de saúde para os povos indígenas. Somente na etnia Karajá, na Ilha do Bananal, 53 jovens cometeram suicídio nos últimos anos.
“Ontem mais um jovem tirou a própria vida, indígenas que estão morrendo por falta de perspectiva”, afirmou o deputado que apresentou um requerimento em regime de urgência.
O parlamentar cobrou que a Secretária Especial de Saúde Indígena do Governo Federal, Governo do Estado, Prefeituras e Assembleia Legislativa unam forças em torno dessa situação. “O poder público tem agido como se o problema não existisse. Parece que as comunidades indígenas não fazem parte do Tocantins e do nosso país”, disse.
Os líderes indígenas, Lenimar Werreria e João Werreria Karajá, que estiveram reunidos com Barbiero, destacaram que atualmente mais de 3 mil indígenas vivem na região da Ilha do Bananal. Segundo eles, faltam iniciativas e apoio do poder público para a comunidade.
“Não chegam as coisas para a gente, e quando chega é ruim. A educação para o indígena é ruim, a saúde é ruim, tudo muito diferente do que é levado para os não indígenas”, ressaltou Lenimar Werreria.
Apoio para projetos
Barbeiro cobrou o apoio para três projetos de desenvolvimento social, econômico e de saúde que recebeu dos líderes indígenas. Um sobre uma oficina terapêutica, um para uma oficina de cerâmica e outro sobre roças comunitárias.
“São projetos relativamente baratos que irão dar perspectivas para estes jovens indígenas e afasta-los do alcoolismo e das drogas que também são uma realidade em algumas aldeias. Eu vejo tantos eventos promovidos pelos nossos representantes que não tem esse apelo social e custam bem mais caro”, questionou.
Ainda segundo o deputado, mesmo que a questão indígena seja de responsabilidade da União, e preciso que haja sensibilidade e união de todos nesta causa. “Não podemos deixar que mais jovens morram nas aldeias por falta de esperança, de uma mão do Poder Público”, finalizou.