Da Redação JM Notícia
Por conta do vídeo onde a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pede apoio aos árabes contra a prisão do ex-presidente Lula, o deputado pastor Takayama (PSC/PR), presidente da Frente Parlamentar Evangélica, entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República alegando quebra de decoro parlamentar.
Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, Takayama diz que a senadora foi “irresponsável” e que ela deveria zelar pelas leis do país, e não criticar o judiciário por prender o ex-presidente.
“Mas o que nos deixa pasmo é uma pessoa como essa fazer atos como esse, incitando outros países para agredirem seu próprio país. Só por isso já representa a quebra de decoro parlamentar e estamos entrando com uma representação contra esta senhora”, declarou.
Takayama não foi o único parlamentar evangélico a criticar a atitude da presidente do Partido dos Trabalhadores. O deputado Marco Feliciano (Pode-SP) fez um comentário sobre o caso durante a reunião da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional cobrando um posicionamento do PT sobre as declarações de sua presidente.
Feliciano citou a Lei de Segurança Nacional (7170/83) que torna crime “entrar em entendimento ou negociação com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, para provocar guerra ou atos de hostilidade contra o Brasil”, crime com pena prevista de três a 15 anos de reclusão.
Citando a falta de informações dos brasileiros e a forma como o vídeo chegou através do WhatsApp, Feliciano pede um posicionamento para acalmar a população. “Já tem pessoas perguntando no WhatsApp se nós vamos receber aqui os grupos terroristas árabes que vão invadir o Brasil. Seria interessante que o partido se pronunciasse sobre este pedido da senadora, até porque acredito que ela não tenha pedido para ninguém vir fazer guerra em nosso país”, declarou.
Magno Malta enfrenta Gleisi no Senado
No Senado o parlamentar evangélico que se colocou contrário ao vídeo de Gleisi foi Magno Malta (PR-ES) que fez questão de conversar com a senadora para entender o que ela queria com aquele pedido, mas declarou que há riscos do pedido ser interpretado como auxílio para reação.
“A Senadora Gleici não é louca de ter dado aquela entrevista à Al Jazeera, incitando o ISIS, incitando qualquer tipo de grupo terrorista, para que venha ao Brasil, fazer um terrorismo maior do que aquele que o MST está fazendo nas fazendas do Brasil, achando que, com isso, vai intimidar o Poder Público, vai intimidar o Supremo Tribunal Federal, vai intimidar o Ministério Público Federal… Não vai!”, disse.
“O meu medo pessoal é que eles entendam que estão pedindo auxílio para uma reação. Para uma reação. Esse é medo pessoal. Meu. Esse é medo meu. Agora, sei perfeitamente que a Senadora, que é presidente de um partido e que conhece a Constituição brasileira, sabe exatamente o que a Constituição determina”, afirmou Malta.