Da Redação JM Notícia
Alguns senadores se mostraram preocupados com o aumento da intolerância política no Brasil, discursando nesta quarta-feira (28) sobre os três tiros dados em dois ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Paraná e sobre as ameaças à família do relator da Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin.
Entre os parlamentares que se pronunciaram sobre o caso está o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) que, acompanhado da senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), defendeu que o Senado faça uma sessão temática, suprapartidária e com a participação de representantes da sociedade civil, para que se discuta que impactos pode ter o aumento da intolerância política no futuro da democracia brasileira, especialmente já a partir do processo eleitoral deste ano.
“Estamos num momento em que temos que refletir sobre o rumo da democracia neste país. Esta escalada de violência política pode sair do controle, tenho dúvidas até se já não saiu…”, afirmou o senador Buarque se mostrando preocupado com a situação e citando a Síria como exemplo de uma guerra civil de cunho político.
“E na hora em que se perde o controle destas coisas, está aí a Síria para nos mostrar o que vira. Não é possível que o Brasil passe a valorizar mais as armas que as urnas”, comentou.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu medidas do Governo Federal para que todos os pré-candidatos à Presidência da República tenham suporte de segurança, para evitar qualquer atentado. Assim como o ministro Fachin, que em entrevista à Globonews informou que sua família tem sofrido ameaças, e que não se sente mais “em plena segurança”.
“Tenho muitas divergências com Lula e o PT, mas a convivência democrática está acima disso. Atirar num adversário político é fascismo, não é possível sermos condescendentes com isso. É bom nos lembramos que uma vereadora foi assassinada há poucos dias no Rio e até agora nada foi esclarecido. Este país não pode descambar pro vale-tudo, pro faroeste”, declarou Randolfe.
Grazziotin, citou o deputado Jair Bolsonaro como exemplo de quem vem defendendo a luta contra o socialismo e que outros segmentos começaram a defender o mesmo de forma aberta no país. “Eles dizem que a batalha não é só contra Lula, é contra todos que defendem o socialismo. Querem um país de ideologia única, a deles”, criticou a senadora comunista.