Da Redação JM Notícia
O historiador e ativista ateu David Fitzgerald escreveu um livro que tenta provar que Jesus Cristo é um mito e seu livro foi publicado no Brasil em meio às comemorações da Páscoa.
A obra intitulada de “Nailed: Dez Mitos Cristãos Que Mostram Que Jesus Nunca Existiu” diz muito sobre o autor, o americano que antes de se tornar ateu foi cristão protestante.
Entre as afirmações que ele contesta temos o que ele chama de contradições nos diferentes relatos de Jesus que são apresentados nos livros de Mateus, Marcos, Lucas e João.
Entre os quatro pontos de dúvida do autor temos:
- Autores não cristãos do século 1º d.C. não mencionaram Jesus em suas obras; Fitzgerald acredita que as poucas menções feitas foram falsificadas por copistas cristãos;
- Evangelhos foram escritos por pessoas que não viram a Cristo pessoalmente e que deram uma roupagem (plagiaram) a antigos mitos e crenças de outras religiões;
- Paulo teria descrito Cristo como uma pessoa com poderes celestiais e não como uma profeta de carne e osso que literalmente passeou pelas pessoas, as tocou, curou e etc…;
- Contradições entre os evangelhos e a forma como eles contam as mesmas passagens é o quarto ponto que o autor usa para dizer que Jesus não existiu, pois não seriam registros confiáveis.
Contradições sobre a vida de Jesus são refutadas
Uma das principais críticas do autor é a narrativa de Paulo sobre a vida de Cristo. Mas sabemos que o autor da maior quantidade de livros do Novo Testamento reconheceu o nascimento de Jesus como “nascido de mulher”.
Ainda que ele não tenha visto Cristo em vida, Paulo teve experiências espirituais que mudaram completamente sua vida. Mas Fitzgerald diz que a ausência de detalhes sobre a vida do Messias dá indícios de que Paulo acreditaria em um ser místico.
Questionado sobre a afirmação de Paulo sobre Cristo ter nascido de mulher, o autor ateu questiona se há motivos para Paulo ter mencionado o fato. “Você só precisa dar esse tipo de detalhe se estiver falando de um semideus. Além do mais, nesses dois casos ele usa a palavra grega ‘guenômenos’, que não quer dizer ‘nascido’, mas algo como ‘feito'”, se defende o autor do livro.
Textos de Josefo foram adulterados?
O importante historiador judeu Flávio Josefo (37 d.C.-100 d.C.) chegou a citar Jesus em duas obras que, infelizmente, tiveram sua confiabilidade questionável por conta de adulterações.
Dois trechos de suas obras foram encontrados, mas copistas cristãos teriam forjados as menções, principalmente no texto mais extenso que daria a entender que Josefo reconheceu Jesus como Messias. No texto mais curto, porém, aparece o nome de Tiago como sendo “irmão de Jesus, chamado o Cristo”.
O fato desses textos terem sido adulterados fazem com que o questionamento de Fitzgerald sobre relatos de Jesus nos historiadores do primeiro século seja verdade. Contudo, o impacto do cristianismo no primeiro século foi modesto. Com informações Folha de São Paulo.