Da Redação JM Notícia
Na terça-feira (24) homens armados atiraram contra os frequentadores de uma igreja católica em Mbalom, no Estado de Benue, na Nigéria, deixando dois padres mortos e 16 fiéis.
O crime aconteceu pela manhã, no final da missa, na paróquia de St. Ignatius, pertencente à diocese de Makurdi. Os padres Joseph Gor e Felix Tyolaha foram mortos juntamente com alguns fiéis.
Além de atirarem contra quem estava na igreja, os terroristas da etnia fulani ainda incendiaram casas naquela região, gerando grande terror nos moradores.
A diocese de Makurdi se manifestou sobre o caso condenado os crimes bárbaros que são cometidos contra os cristãos naquele país e cobrando ações do presidente Muhammadu Buhari, que não tem se posicionado contra os pastores nômades da etnia fulani que tem atacado pessoas e suas propriedades para terem onde assentarem seus gados.
Segundo a organização humanitária Human Rights Watch, desde 2010 as violências já causaram pelo menos 3 mil mortes só pelas mãos dos fulanis, os possíveis causadores do ataque à igreja nesta terça-feira.
O padre Patrick Alumuku declarou à imprensa local que “há um grande medo” entre a população. “Vi a página de Facebook de um dos sacerdotes que morreram. Alguns meses atrás escreveu: ‘Tenho muito medo, vivo no medo. Os fulani estão nos circundando, trazem seu rebanho ao redor do território da minha igreja e não sei o que fazer’. E foi morto. O segundo sacerdote que estava em outra paróquia que foi fechada pelo agravamento da situação, foi deslocado para esta paróquia onde foi assassinado”.
Fulani agem igual aos terroristas do Boko Haram
Os cristãos nigerianos possuem dois grandes inimigos: os terroristas islâmicos do Boko Haram e os nômades fulanis. Os grupos violentos agem da mesma forma: matando cristãos e espalhando terror pelo país.
“Nos últimos três anos a região de Benue, onde 95% da população é cristã, já foi atacada várias vezes por grupos de terroristas muçulmanos do norte. A ideia, o sistema e os métodos são os mesmos do grupo Boko Haram”, explica o padre.
Os fulanis têm interesse naquela região por se tratar de terras férteis, atacando vilarejos, matando pessoas para se apossar de suas terras. “É um massacre que o mundo não toma conhecimento e ninguém fala”, desabafa o padre Patrick Alumuku. “Os fulani acreditam que têm a missão de levar a religião do islã do norte até o oceano”.