Por Pastor Silvio Martins
Quando lemos os Evangelhos ficamos extasiados com as passagens que retratam sobre a virgem belemita, Maria, escolhida dentre tantas outras para ser a mãe do Salvador Jesus. Ora, ao receber a visita do anjo Gabriel dizendo-lhe: “Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus”, Lc 1.30,31. Ela achou impossível isto acontecer por ser virgem e recebeu a revelação de como aconteceria o milagre da encarnação: “E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus”, Lc 1.34,35.
Após este acontecimento foi fazer uma visita a sua prima Isabel que morava na região montanhosa de Judá (Lc 1.39) e ao adentrar na casa saudando sua prima ouviu a exclamação: “E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas”, Lc 1.42-45.
Diante disto Maria professa seu único cântico conhecido como Magnificat encontrado no Evangelho escrito por Lucas no capítulo 1.46-55. Baseado neste cântico desejo sucintamente descrever a teologia esposada por Maria acerca do Altíssimo e que contém várias declarações para a nossa edificação espiritual.
Então, vejamos qual foi a primeira declaração de Maria acerca de Deus: Ela conhecia a Deus como seu Senhor: “Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor”, Lucas 1.46. A jovem Maria tinha a Deus como seu Senhor. Era Ele que dirigia seus passos. Era Ele o Dono da sua vida. Era Ele que sabia o que era melhor para ela. E aqui vale perguntar: Temos está mesma ideia de Maria? Como boa judia conhecia os Salmos e quantas vezes ouviu sua leitura e deparou-se com as seguintes afirmativas sobre o senhorio de Deus, como: levanta pela opressão dos pobres, pelo gemido dos necessitados (Sl 12.5), honra os que O temem (Sl 15.4), aconselha (Sl 16.7), seus caminhos devem ser guardados (Sl 18.21), é dono do mundo (Sl 24.1), é forte e poderoso (Sl 24.8), é bom e reto (Sl 25.8), recolhe (Sl 27.10), ensina (Sl 27.11), dar força ao seu povo (Sl 29.11), guarda os fiéis e retribui com abundância ao que usa de soberba (Sl 31.23), olha desde os céus e está vendo a todos os filhos dos homens (Sl 33.13), livra das aflições o justo (Sl 34.19), pleiteia com aqueles que pleiteiam comigo (Sl 35.1), confirma os passos de um homem bom (Sl 37.23), nos guarda (Sl 121.5), nos socorre (Sl 124.8), tira do cativeiro (Sl 126.1).
A segunda declaração oferta a convicção do trabalhar de Deus como consta em Lucas 1.48b: “Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada”. O profeta Isaías bradou pela força do Espírito Santo: “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera”, Is 64.4. Maria tinha certeza que Deus estava trabalhando na vida dela pois todos a chamariam de bem-aventurada. Não seria um caminho sem pedras ou espinhos. Mais Deus oferta-nos lições quando passamos por situações que contribuem para o nosso desenvolvimento, pois o apóstolo Paulo escreveu em Romanos 8.28: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.
Encontramos Jesus declarando: “… Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”, Jo 5.17. Os projetos divinos sucederão em nossas vidas pelo fator de Deus nunca parar de trabalhar em nosso favor com o intento de nos colocar onde pretende para sua glória. Basta olharmos a história bíblica e veremos esta verdade incontestável! Com isto, haveremos sempre de dizer: “Até aqui nos ajudou no Senhor”, 1 Sm 7.12. Vemos que o SENHOR ajudou Jeosafá num momento crítico (2 Cr 18.31), que Uzias recebeu ajuda de Deus contra os filisteus e contra os árabes (2 Cr 26.7), que as nações cercaram o salmista mas o Senhor o ajudou (Sl 118.13). Deus sempre agirá seu trabalhar em nosso favor!
A terceira declaração diz que ela sabia dos feitos de Deus em sua vida segundo Lucas 1.49a: “Porque me fez grandes coisas o Poderoso…”. Penso que Maria se deparava vez por outra com o livro de Salmos e encontrava ou ouvia alguém ler as expressões: “Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o SENHOR a estes”. Grandes coisas fez o SENHOR por nós, pelas quais estamos alegres”, 126.2,3. Então ela imaginou as coisas grandes que deus já tinha feito acontecer em sua vida e as que estavam já acontecendo por ser-lhe anunciado a gravidez por obra e graça do Santo Espírito.
As Escrituras Sagradas são repletas dos feitos de Deus não apenas em favor dos seus escolhidos, mas também em favor de nações, de pessoas individualmente. Deus tinha mostrado seus feitos a Moisés (Dt 3.24), Deus fez feitos no meio do Egito a Faraó e a toda a sua terra (Dt 11.3), os feitos de Deus devem ser anunciados entre os povos (Sl 9.11), seus feitos são tremendos para com os filhos dos homens (Sl 66.5), os feitos de Deus ofertam-nos alegria (Sl 92.4) e os feitos de Deus precisam serem considerados (Sl 143.5). Enfim, o próprio Jesus teve seus feitos ouvidos quando João Batista estava no cárcere: “E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos, Mt 11.2. Nunca venhamos esquecer os feitos de Deus em nossa vida!
Que Deus nos ajude a contemplar estas declarações e Maria, a mãe do nosso Salvador.
Pastor Silvio Martins
Líder da Assembleia de Deus em Piaçabuçu-Al, Articulista, escritor e presidente da Comissão Apologética da COMADAL.