Da redação JM
Um confronto entre facções criminosas dentro do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Pará, nesta segunda-feira (29) deixou 57 detentos mortos. Este é um dos maiores massacres em presídios desde o ocorrido no Carandiru, em 1992. Na época, 111 detentos foram mortos na Casa de Detenção, na Zona Norte de São Paulo.
Em meio ao desespero de muitas famílias que aguardavam informações sobre seus parentes de dentro do presídio, um grupo de cristãos aproveitou a oportunidade para demonstrar solidariedade e ajuda espiritual.
Na porta do presídio, os cerca de 150 familiares receberam água e comida em uma tenda montada no local pela Igreja Universal.
Também um padre e um pastor, que já trabalham em assistência espiritual aos detentos, intensificaram os trabalhos nesta segunda.
“Eles sempre gostaram de ouvir palavra de Deus. Entramos dentro das celas com eles. O irmão de outra igreja ia para uma, enquanto eu ficava em outra cela”, conta o padre.
De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), a disputa entre facções criminosas deixou 57 detentos mortos — 16 deles decapitados e o restante asfixiado. Dois agentes penitenciários foram feitos de reféns e liberados.
“Foi muito angustiante ver aquelas mulheres em desespero, sem saber se seus entes queridos estavam mortos ou vivos. Passaram o dia sem receber informações”, disse o padre.
Em Altamira, nesta segunda-feira (29), líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram cela onde estavam internos do Comando Vermelho (CV).
O Gabinete de Gestão da Segurança Pública determinou a transferência imediata de 46 presos envolvidos no confronto. Entre os presos para transferência estão 16 detentos que foram identificados como líderes das facções criminosas. Dez deles irão para o regime federal. Os demais presos serão redistribuídos pelos presídios no Pará.