Da redação
O projeto do governo de transformar a Índia em uma nação completamente hindu já dura anos e tem promovido um levante do extremismo religioso no país. A perseguição aos cristãos e outras minorias é consequência da ideologia nacionalista e tem influência em diversas esferas da sociedade, até mesmo na jurídica.
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Desde 2008, sete cristãos têm enfrentado diretamente problemas com a justiça da Índia pelo falso envolvimento no assassinato de Swami Laxmanananda Saraswati. A morte do monge hindu e respeitado líder social custou diversos ataques a 300 igrejas e 6 mil lares de cristãos. Após serem sentenciados a prisão perpétua em outubro de 2013, os cristãos não desistiram de pedir a reavaliação do processo, já que não havia evidências da ligação dos acusados no crime. Apenas no último dia 26 de novembro, cinco dos acusados tiveram a fiança concedida, após cumprirem 11 anos da sentença. Os dois outros réus foram soltos em maio e julho, respectivamente.
Apesar do líder maoísta, Sabyasachi Panda, ter confirmado a responsabilidade nos ataques que mataram Saraswati e os discípulos dele, os extremistas hindus atribuíram o atentado aos cristãos. Então, os acusados foram capturados aleatoriamente pelos extremistas e presos sem nenhuma evidência. O pedido de revisão do processo era constantemente rejeitado pela Corte, privando todo os supostos envolvidos de justiça por anos. Cristãos salientaram que a Suprema Corte do Estado de Odisha arrastou a situação por seis anos, mesmo com o apelo pela falta de provas.
Em entrevista para o site Morning Star, o secretário-geral da Irmandade Evangélica da Índia (EFI, na sigla em inglês), Vijayesh Lal, afirmou que o caso ainda não acabou. Outros passos devem ser dados, como a discussão do processo no Tribunal Superior do Estado de Odisha. O líder cristão enfatizou que para os acusados, a decisão é como um presente de Natal, já que poderão celebrar a data com os familiares.