Da Redação JM Notícia
Esta semana, seguindo a rodada de entrevista com os candidatos a prefeitura de Palmas, o JM Notícia ouviu o ex-prefeito Raul Filho (PR), candidato a assumir seu terceiro mandato de prefeito de Palmas pela coligação “Coragem pra fazer Diferente”. Raul foi o único prefeito da jovem Capital do Tocantins a conseguir se reeleger, e esteve a frente do Município por 8 anos, de 2005 a 2012.
Em sua entrevista, o ex-prefeito falou sobre a escolha do nome do pastor João Campos (PSC) para compor sua chapa como vice-prefeito; sobre perspectivas para o segmento gospel; sobrecarga de taxas e impostos a qual ele atribui a atual gestão, e ainda desafia o atual prefeito a apresentar alguma obra em Palmas que o identifique, além da limpeza urbana.
“Hoje temos uma cidade limpa, mas onde estão as obras que geram emprego e renda?” e ironizando, Raul acrescenta que a única obra que o prefeito pode bater no peito e dizer que é dele é o relógio de flores.
Obras
O republicano lembra que foi dele o projeto das Escolas de Tempo Integral, que sua gestão entregou três e deixou mais três para serem concluídas. O ex-prefeito também citou as obras das Unidades de Pronto Atendimento Sul e Norte. A unidade da região Sul entregue no final de sua segunda gestão e a da região Norte deixada em construção. “A minha gestão deixou a UPA Norte com mais de 70% da obra concluída. Eu gostaria de saber porque o Amastha demorou dois anos e meio para entregá-la a sociedade?”, questiona.
Raul argumenta que deixou mais de 80 milhões em caixa, muitas obras finalizadas e outras em construção, sendo que muitas foram entregues nos primeiros meses de gestão do atual prefeito. “Eu deixei a prefeitura de Palmas e a cidade estava com uma economia emergente, mas hoje se tornou em uma economia crítica”, destaca Raul que ainda cita as inúmeras salas comerciais que hoje estão desalugadas na JK e a quantidade de casa na cidade com placas de vende-se.
Taxas
“Mais de 180 empresas fecharam as portas em Palmas nos últimos dois anos, muitas delas migraram para cidades vizinhas, porque não suportam o ISSQN, o IPTU, as taxas e mais taxas. Que governo é esse que não consegue equilibrar a sua economia? Por que ao taxar excessivamente você acaba reduzindo empregos e investimentos”, esclarece.
Raul chama o governo Amastha de “perdulário”, gasta mais do que arrecada e o acusa de planejar mal os seus gastos, “aí precisa achar argumentos para arrecadar ainda mais, para suprir os seus déficits”, referindo se a proposta do executivo enviada à Câmara Municipal para aumentar ainda mais o IPTU.
“A gestão argumenta que caso não aumente o IPTU, não haverá recurso para educação”, Raul diz estranhar tal argumento, porque em sua gestão, com um orçamento reduzido ele afirma que nunca faltou dinheiro para educação e mais uma vez questiona, “Porque com esse orçamento sem investimento, a gestão argumenta que não há recurso para educação?” e enfatiza que falta comprometimento e planejamento.
Trânsito
O candidato também fez duras críticas ao trânsito e ao sistema de fiscalização hoje implantado em Palmas. Para Raul, o argumento do prefeito Carlos Amastha de que está organizando e punindo os maus condutores que provocam as mortes no trânsito não convence.
“Ele está obsessivamente provando a sociedade que o interesse dele não é educar o cidadão, o negócio dele é arrecadar. A política aqui é punitiva. E eu não vi nenhuma campanha educativa da prefeitura, tendo em vista tanta arrecadação, o que eu vi de mais educativo foi a contração de buffet”, ironizou o candidato ao caso da atual gestão ter contratado os serviços de buffet no valor de R$ 186.863,75, que seriam pagos com o dinheiro das multas de trânsito.
Vice-prefeito
Questionado o porquê da escolha do pastor João Campos para compor a sua chapa, um nome que chegou a ser cogitado a ser o candidato a vice do prefeito Amastha, Raul explica que não foi uma casualidade e viu no vereador o perfil ideal para composição de sua chapa. “O fator dele ser evangélico pesou muito, mas não foi apenas isso, ele tem muito mais do que isso. O pastor João Campos transita muito bem na sociedade, pela sua postura, as relações humanitárias, presente na sociedade e compatível ao cargo”. Raul frisou ainda que a escolha do vice precisa ser um nome que a sociedade tenha segurança, que ele possa suceder em qualquer circunstância.
Capital da Fé
Raul foi o primeiro gestor a ter a coragem de não destinar recursos públicos para o Carnaval em Palmas. Questionado sobre se sua gestão dará continuidade ao Capital da Fé, um evento promovido pela atual gestão e que reúne milhares de fiéis no período do carnaval, Raul garante que dará continuidade ao projeto, mas o considera pouco democrático.
“Vamos reformular, vamos chamar os líderes religiosos e discutir com eles um modelo que possamos implementar no nosso calendário, até porque nossa cidade tem essa característica muito forte da fé”.