Falando para o setor produtivo do campo tocantinense, o candidato a governador do Estado pelo PSB, Carlos Amastha, afirmou que, se eleito, vai garantir infraestrutura adequada para escoar a produção e implementará uma série de medidas que constam no Plano de Governo, o PG-40, com objetivo de impulsionar o agronegócio do Tocantins.
“Está aqui a solução para o crescimento do Estado. A agricultura, a pecuária e a agricultura familiar são os setores que sustentam o Estado. A partir do momento que conseguirmos propiciar infraestrutura, condições para melhorar a produção, o crescimento está garantido”, disse Amastha, para plateia de produtores rurais, a maioria presidentes de sindicatos rurais em reunião na tarde desta quinta-feira, dia 23, na Faet (Federação da Agricultura do Estado do Tocantins). Ao todo, a Faet tem 40 sindicatos rurais que representam 120 municípios. A apresentação de Amastha foi prestigiada por 30 desses representantes. Ao final, Amastha assinou a carta-compromisso da Faet com medidas e iniciativas para a melhoria da produtividade no Tocantins.
Logo na abertura, o presidente em exercício da Faet, Paulo Carneiro, afirmou que a entidade é parceira do governo na busca pelo desenvolvimento, geração de emprego, renda e implementar medidas para melhorar o agronegócio.
Amastha afirmou que, como governador, estará aberto e atuará em conjunto com o setor produtivo, destacando ainda que o vice na chapa, o empresário Oswaldo Stival, homem do setores agropecuário e industrial, será o elo com os mais diversos segmentos produtivos. Ele também se comprometeu, como já havia feito durante sabatinas em outras entidades, que será criado um Conselho de Desenvolvimento Econômico com participação ativa do setor. “O diálogo será permanente. Não será feito para pegar o setor produtivo de surpresa. Todas as medidas serão discutidas com a classe produtora. Não haverá nenhum tipo de medida que onere ainda mais os produtores e os empresários do ramo”, declarou.
Após sua explanação, Amastha respondeu perguntas dos produtores e detalhou outras propostas que estão no Plano de Governo, o chamado “PG-40″.
PG-40 fortalece Ruraltins e Adapec
Entre as medidas que constam no Plano de Governo de Amastha, está o “Tecnologia no Agro”, que prevê a criação de ambiente de desenvolvimento e disseminação de tecnologias, aproximando as ações da Unitins e Ruraltins. “O objetivo é transformar o Estado em fornecedor de tecnologias agropecuárias e agroindustriais”, disse.
Outro ponto foi o fortalecimento do Ruraltins na sua essência: extensão rural. “Hoje o Ruraltins está sendo sucateado pelo governo estadual. Não há equipamentos, pessoal e nem estrutura suficiente. A exemplo das demais áreas, os investimentos do Ruraltins sumiram”, disse, citando, por exemplo, que de janeiro a julho deste ano, o órgão investiu apenas R$ 305 mil. “Um absurdo. No mesmo período do ano passado, o investimento já havia sido ridículo”, citou, ao se referir a R$ 1,14 milhão. “Mas agora a situação está pior, com uma queda de mais de 73%.”
Outro ponto que o PG-40 aborda é a estruturação e fortalecimento da certificação agropecuária do Estado por meio da modernização da Agência Tocantinense de Defesa Agropecuária (Adapec). “A Adapec é uma estrutura importantíssima do Tocantins que está lamentavelmente caindo os pedaços. Postos sem funcionar, sem telefone, escritórios sem atenção do governo. Está tudo errado. E também não há investimento”, afirmou, citando que de janeiro a julho do ano passado, nenhum real investido pela agência. Já neste ano, houve um valor irrisório de R$ 119 mil em mais de R$ 59 milhões de orçamento.
Agricultura familiar
Outro ponto que o PG-40 aborda é a agricultura familiar e atenção aos ribeirinhos. São várias propostas. Entre elas, a implantação e infraestrutura pública para a pesca (capatazias) nas comunidades ribeirinhas; – Incentivar e fomentar programas de estímulo à agroindústria familiar e, viabilizar assistência técnica e extensão rural de qualidade; ampliar as linhas de crédito para fomento à produção e comercialização da agricultura familiar; apoiar os projetos de aproveitamento dos recursos hídricos, principalmente para a fruticultura irrigada e a piscicultura; fortalecer e Ampliar os Programas Institucionais de Aquisição de Alimentos pelo governo, principalmente o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA; o Programa Nacional e Alimentação Escolar – PNAE e o Programa de Garantia de Preço Mínimo – PGPM. “Esse programa é para todos. Todos têm que ter a oportunidade de poder vender para o governo”, disse.
Há também plano para estimular o plantio de florestas madeireiras e seringueiras, visando a produção e industrialização dessas matérias-primas do Estado. Outra medida é o incentivo do uso de tecnologias sustentáveis ampliando o Programa Agricultura de Baixo Carbono.
Agregar valor à produção
Outro ponto que consta no PG-40 é um conjunto de ações para agregar valor aos produtos tocantinenses, gerando mais renda e, consequentemente, emprego. “Em especial a soja, estimulando investimentos, tais como atração de investidores para adubação e fertilizantes, aves-suínos e ração”, disse. Somente nos primeiros sete meses do ano mais de 108 milhões de quilos de fertilizantes foram importados por produtores locais. “O Tocantins tem grandes empresas de venda do produto que só ganhariam se o Estado fomentar a produção em unidades locais.”
O objetivo é impulsionar o crescimento das indústrias vinculadas ao agronegócio já existentes e viabilizar a chegada de novos empreendimentos. “O Tocantins é um dos maiores produtores de soja do Brasil, tem um rebanho de mais de 8 milhões de cabeça de gado, é o terceiro maior produtor de arroz do país. No entanto, pouco é industrializado aqui no Estado. O Rio Grande do Sul, por exemplo, tem várias empresas de arroz, soja e tudo mais. O Mato Grosso também. Com a localização privilegiada que o Tocantins tem, no coração do país, o governo do Estado tem a obrigação de fomentar políticas públicas para essa industrialização”, afirmou.
Projetos de irrigação
Amastha também se comprometeu em destravar e colocar para funcionar os projetos de agricultura irrigada como o Manuel Alves, Sampaio e São João. “Esses três projetos precisam funcionar de verdade. O governo precisa cumprir suas obrigações. Em um dos projetos do Manuel Alves, por exemplo, se demorou muito tempo para disponibilizar a energia elétrica prometida. Como as coisas vão funcionar sem o básico?”, questionou.
Programas de melhoramento genético e de pastagens, políticas públicas para incentivo ao plantio de algodão, e capacitação de produtores, técnicos e trabalhadores rurais para exploração sustentável de agricultura de várzea são outros itens que constam no PG-40. “Outro ponto importante é fortalecer a realização da Agrotins para alcançar novos patamares do agronegócio e agricultura familiar no Estado. A Agrotins é muito importante para o Estado e a feira vem ocorrendo normalmente, em que pese a bagunça administrativa dos últimos governos estaduais, já que desde 2006 um gestor não termina o mandato”, finalizou.