Da Redação JM Notícia
Uma aluna da Escola de Tempo Integral Anísio Spínola Teixeira denunciou através de uma carta o que aconteceu na última terça-feira (14) durante a palestra sobre sexo que foi promovida pela Fundação Municipal da Juventude de Palmas.
A aluna de 14 anos, revelou que antes da palestra sobre sexualidade outros dois temas foram tratados: tecnologia e drogas. Mas o que chamou atenção dela mesmo foi a forma que a palestrante sobre sexologia abordou o tema.
“Quando a palestrante que abordou o tema sobre sexo ficou com a palavra, ela chamou um menino para ir à frente, pois iria fazer umas demonstrações, o menino ficou constrangido e não querendo ir, mesmo assim ela foi até ele e pegou-o pelo braço e levou a frente”, diz a adolescente.
Segundo a aluna foi com este menino que a palestrante demonstrou a prática de sexo oral, colocando uma camisinha do dedo do garoto e depois lambeu simulando o ato.
Mas as demonstrações sobre sexo para alunos de 11 a 14 anos não pararam por aí, a mesma palestrante chamou outras crianças, duas meninas, exatamente. Em uma delas ela ensinou como colocar camisinha feminina. E com a terceira criança ela ensinou “como pagar boquete”, que seria sexo oral em mulheres.
“Nesse momento a palestrante rasgou com os dentes os lados da camisinha feminina e colocou na mão da menina, simulando uma vagina, e explicou que quem gostasse de pagar boquete (termo utilizado por ela) que o fizesse com a camisinha, porque nem sempre se sabe onde está colocando a boca, ainda acrescentou que poderíamos utilizar sabores para melhorar o gosto”, relatou a adolescente.
A história sobre o gel lubrificante também foi comentada pela jovem, Shirley. “A palestrante fez uso de um gel lubrificante que segundo ela servia para passar no bumbum e não sentir dores no sexo anal”, completou.
Ensino da ideologia de gênero
A jovem ainda falou que durante a palestra foi ensinado a eles sobre ideologia de gênero, tema rejeitado em dezembro de 2015 pela Câmara Municipal, mas que a gestão atual tem tentado incluir no currículo escolar.
Segundo a aluna, foi mostrado aos presentes fotos de pessoas se beijando, foto de mulheres tirando a roupa, desenhos de crianças olhando para suas partes íntimas e então a palestrante abordou o tema ideologia de gênero.
“A partir desses desenhos ela afirmou que nós não temos sexo definido e que só iremos escolher se seremos homem ou mulher após os 18 anos de idade, o que meu causou ainda mais espanto”.
A adolescente declarou na carta que tudo que foi mostrado não é certo para a idade dela e ainda vai contra tudo o que sua família lhe ensinou. “Sou uma menina de 14 anos e não foram meus pais que me disseram, eu sei que sou uma menina”.
Pais ficaram espantados
O JM Notícia entrou em contato com os pais da estudante, Raimundo Pires da Silva confirmou que a carta foi escrita por sua filha. Primeiramente ela escreveu a mão, mas ele a incentivou a digitalizar o documento.
“Eu pedi para ela me contar e ela ficou envergonhada, então pedi para ela escrever e depois pedi para ela digitar”, declarou o pai bastante assustado com os relatos da filha.
“Nós sabemos que isso [ideologia de gênero] foi barrado no Congresso Nacional”, declarou o homem. “Ela ficou muito constrangida”, completou.
“Minha filha sabe que é uma menina não porque nós ensinamos, mas porque ela é, sabe o que é e gosta de ser menina”, disse Raimundo.
Vereadores se pronunciam contra a palestra
Ao longo da semana passada, quando a palestra foi divulgada na imprensa local e nas redes sociais, diversos vereadores se pronunciaram contra o que aconteceu na ETI Anísio Spínola Teixeira.
O vereador Filipe Martins se revoltou contra o que ouviu. “É um comportamento inadmissível dentro das escolas, é aberração”, declarou. “Eu não concordo. Eu tenho um filho de 10 anos de idade e não aceito isso e creio que toda família de Palmas também não aceita. Que seja averiguado o que aconteceu e que as pessoas responsáveis sejam punidas”, completou.
O vereador Lúcio Campelo, por sua vez, prometeu encontrar os responsáveis e puni-los. “Vamos buscar a responsabilidade na escola, na Secretaria de Educação e na gestão do prefeito Carlos Amastha”.
Diogo Fernandes também teve acesso a denúncias de pais de alunos da ETI e se comprometeu a pedir uma audiência pública para avaliar o que aconteceu na escola durante a palestra. “Achei um absurdo o que foi relato pelos pais. Isso é inadmissível e deve ser apurado”, declarou.
Quem também comentou o caso foi o vereador Milton Neris que é contra o debate sobre assunto sexuais para crianças. O aluno vai à escola para aprender sobre disciplinas como matemática e geografia, desde as séries iniciais até final. Tenho filhos nessa faixa de idade e o objetivo primordial da escola é a educação pedagógica e não ensinar crianças em como fazer sexo”, afirmou.
Isso é crime, diz psicóloga Marisa Lobo
A psicóloga Marisa Lobo afirmou durante entrevista ao JM Notícia que o caso ocorrido na Escola de Tempo Integral Anísio Spínola Teixeira é um crime:
“Isso é crime, estão cooptando os jovens, nossas crianças para orgias, isso não é normal. Foram vulgar, isso está claro que é uma perversão sexual, isso é uma tentativa de alguns se satisfazem sexualmente”, disse Marisa Lobo.
Fundação Municipal da Juventude de Palmas defende palestra
A Fundação Municipal da Juventude de Palmas, responsável pelo projeto “E Agora” declarou por meio de uma nota que as palestras já foram feitas em outras escolas da cidade com o objetivo de falar sobre sexo, tecnologia e drogas de uma forma leve e descontraída.
“Os conteúdos drogas, tecnologia e sexologia explanados durante os eventos, são resguardados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que reafirma a necessidade de levar informação aos adolescentes e jovens, sendo esse o enfoque principal realizado dentro do projeto”, diz a fundação que realiza as palestras em parceria com a Secretaria Municipal da Educação.
Leia a Carta da Aluna: