Da redação JM
O Aliança pelo Brasil, partido idealizado pelo presidente Jair Bolsonaro mês passado, teve sua criação registrada em cartório ontem (5). O responsável pelo registro foi o 2º vice-presidente da legenda, Luiz Felipe Belmonte. Segundo ele, o partido se pautará pelos “princípios cristãos”.
“Estamos dando entrada no registro do novo partido Aliança Pelo Brasil. Um partido criado pelo presidente Bolsonaro, junto com seus apoiadores, e que pretende ser um partido que defina uma linha de direção valorizando os princípios cristãos, valorizando a família e valorizando essas questões que são da raiz do povo brasileiro”, disse em sua conta no Twitter. “Tenho certeza que será um grande partido e que terá o apoio de grande parte da população brasileira”, completou.
Bolsonaro criou o partido após anunciar seu desligamento do PSL, legenda com a qual se elegeu presidente da República. O novo partido, no entanto, ainda precisa obter o reconhecimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para formalizar sua criação e participar de eleições. Para isso, precisa recolher a assinatura de, no mínimo, 491.967 eleitores em apoio à nova legenda.
Na última terça-feira (3), o TSE decidiu reconhecer assinaturas eletrônicas para formalizar a criação de partidos políticos. A decisão pode acelerar o registro da legenda junto ao tribunal. Bolsonaro pretende agilizar o processo de obtenção de registro do partido por meio de certificados digitais.
Apesar da decisão, não há prazo para que a Justiça Eleitoral possa criar aplicativos e programas de computador para efetivar a decisão, que ainda precisará ser regulamentada para passar a ter validade. Segundo a presidente do TSE, Rosa Weber, as soluções não estarão prontas para as eleições municipais de 2020.
Eis as bases da legenda:
- Respeito a Deus e à religião;
- Respeito à memória, à identidade e à cultura do povo brasileiro;
- Defesa da vida, da legítima defesa, da família e da infância;
- Garantia da ordem, da representação política e da segurança
Sobre o 1º princípio, Karina Kufa, advogada do presidente Jair Bolsonaro, disse que a Aliança pelo Brasil reconhece, acima de tudo, “o lugar de Deus na vida”. “O povo é majoritariamente religioso e não pratica a exclusão de Deus em suas vidas. Logo, não deve fazê-lo seus representantes”, afirmou.
No 2º tópico, a advogada afirmou que “o partido se esforçará para divulgar a verdade sobre os males e os crimes das mais variadas faces do movimento revolucionário, como o socialismo, o comunismo o nazifascismo e o globalismo. Ideologias nefastas que tanto mal causaram e ainda causam ao Brasil”.
A Aliança, disse ela, é 1 “elo de lealdade e fidelidade por amor”. Afirmou também que “são aliados os patriotas do passado, do presente e do futuro, unidos por 1 vínculo moral e de lealdade à pátria”.
Em relação à defesa da vida humana, Kufa falou que se trata do “1º dos direitos”. “Sem vida, não há mais o que defender, pois a morte já terá encerrado a possibilidade.” A maternidade será “1 valor da sociedade”. O Aliança pelo Brasil ainda “se compromete a lutar incansavelmente até que todos os brasileiros possam ter plenamente garantido seu direito inalienável de portar armas”.
Ela afirmou que o partido “combaterá a pedofilia e o tráfico de criança, lutando por penas e mecanismos punitivos mais severos”. Acrescentou que o Aliança “combaterá a erotização da infância e a ideologia de gênero, lutando para banir completamente essa chaga ideológica de nosso país”.
A advogada também responsabilizou “métodos pedagógicos fracassados” pelo analfabetismo no Brasil. Disse ainda que a legenda quer garantir a “liberdade curricular e de ensino”.
No 4º e último ponto, Kufa falou que “nenhum país poderá se dizer próspero enquanto bandidos estejam (sic) no poder, munidos de armas ou de canetas”. Ela disse que o Aliança pretende fazer a garantia da ordem “moral e jurídica”, bem como pública e social do Brasil.