A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) apresentou o Relatório de Liberdade Religiosa (ILR) que analisa o estado deste direito humano, para todos os credos, em 196 países em todo o mundo.
De acordo com os dados publicados neste relatório, estima-se que 327 milhões de cristãos vivam em países onde há perseguição religiosa e 178 milhões em países onde se discrimina por seguir alguma religião. Isso significa que 1 de cada 5 cristãos no mundo vive em países onde há perseguição ou discriminação.
Durante a apresentação do Relatório de Liberdade Religiosa em Madri, Espanha, Javier Menéndez Ros, diretor do escritório de ACN Espanha, assegurou que nos últimos dois anos houve uma “diminuição significativa da liberdade religiosa no mundo, comprovando que há um crescente desrespeito por este direito nos últimos dois anos”.
Uma situação que Menéndez Ros descreveu como “muito grave” pois, segundo explicou, “a liberdade religiosa é o barômetro de muitos outros direitos humanos. Quando o direito à liberdade religiosa é violado, é sistemático e imediato que haja outros direitos fundamentais que também sejam violados”.
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Dos 196 países analisados no relatório, em 38 ocorrem grandes violações contra a liberdade religiosa. Entre eles, 21 sofrem perseguição direta e 17 sofrem discriminação por causa do credo professado.
Desde a publicação do último relatório sobre a liberdade religiosa em 2016 até hoje, a situação em relação a este direito piorou, principalmente na Índia e na China.
Isso ocorre porque, entre os principais atores repressivos da liberdade religiosa, o relatório assinala os “estados autoritários”, como é o caso da China, e o auge do “nacionalismo extremo” que acontece na Índia.
Os países que sofrem estes dois tipos de repressão são apenas 16, mas reúnem mais de 3 bilhões de pessoas – aproximadamente 40% da população mundial –, pois entre eles estão países muito populosos como a China, a Índia, a Coreia do Norte, a Birmânia, o Vietnã, entre outros.
Durante a apresentação do relatório também asseguraram que a situação melhorou em países onde o último estudo mostrava violações graves do direito à liberdade religiosa, como no Iraque e na Síria, devido à perseguição do radicalismo islâmico.
“No Iraque e na Síria, desde a derrota do Daesh (Estado Islâmico), muitos cristãos estão voltando para seus lugares de origem e estão reconstruindo suas vidas, suas casas”, assegurou Menéndez Ros.
Entretanto, um “ponto de preocupação” é a região central da África, pois evidenciaram o deslocamento de numerosos grupos jihadistas.
Segundo explicou o diretor da ACN Espanha, “nessa região, que inclui países como a Mauritânia, Senegal, Camarões, Mali, Gâmbia, Burkina Faso, Níger, Nigéria, Sudão, República Centro-Africano e Etiópia, entre outros, evidenciaram há alguns anos um aumento da presença de guerrilheiros jihadistas que adquirem diferentes nomes e grupos, cada vez quebrando mais a maneira pacífica que estes países tiveram para entender a convivência entre as religiões tradicionais”.
De acordo com este último relatório, que é publicado a cada dois anos, nota-se que 61% da população mundial vive em países onde a liberdade religiosa não é respeitada, isto significa que 6 de cada 10 pessoas no mundo não podem expressar a sua fé com total liberdade.
Com o objetivo de sensibilizar diante da perseguição dos cristãos, a Basílica da Sagrada Família será iluminada de vermelho na sexta-feira, 23 de novembro, das 20h até meia-noite a fim de “reivindicar o cumprimento do direito à liberdade religiosa em todo o mundo”.
Também entregarão o Prêmio da Liberdade Religiosa concedido pela ACN a cada dois anos, e nesta ocasião reconhece o trabalho da Igreja na República Centro-Africana, através de Dom Juan José Aguirre, Bispo de Bangassou.
Com informações ACI Digital