Aos 12 anos, ele é pequeno no tamanho, mas gigante quando a assunto é determinação e superação. Não passa despercebido em lugar algum e sempre deixa uma lição de que a felicidade é para todos, não importa as diferenças. Ainda bebê, foi diagnosticado com displasia metafisária, tipo Mckusick, considerada uma espécie de nanismo. Com 1,11 m – altura considerada de uma criança entre 5 e 6 anos – ele não consegue fazer todas as atividades que gostaria. “Gabriel é um menino muito seguro de si, onde chega já se impõe. Ele não se diminui, sabe quem é e o lugar dele. Assim, as pessoas tendem a respeitar”, conta orgulhosa a mãe e advogada Manuela Vidal.
Graças ao apoio que recebe da família, Gabriel entende que a deficiência não é motivo para infelicidade, muito menos para preconceito. “As pessoas quando passam na rua me olham com canto de olho, mesmo que não queiram mostrar, dá pra perceber que me olham como se eu fosse um menino triste, um coitadinho, mas nada a ver isso”, defende Gabriel.
Apesar da personalidade independente, Gabriel está entrando na fase da adolescência e enfrenta limitações decorrentes da deficiência física, como pernas tortas, desvio na lombar e dificuldade para caminhar. Desde seu nascimento, já precisou ser submetido a duas cirurgias nas pernas e prepara-se para a terceira. As interferências cirúrgicas vão além da questão estética e são necessárias para impedir o agravamento de outros problemas de saúde. “Ele tem que fazer uma cirurgia para a correção óssea, porque senão ele vai sentir muita dor, vai ficar deformado e a qualidade de vida pode cair muito”, explica a mãe.
O custo da cirurgia que trará melhoria na qualidade de vida do Gabriel está além do poder aquisitivo da família. Todo o processo é estimado em R$180 mil. Para isso, uma campanha na internet foi lançada e já arrecadou mais de R$71 mil. No entanto, ainda é preciso o apoio de mais solidários diante do pouco tempo que falta até a cirurgia prevista para novembro deste ano. “Além das contribuições financeiras, as pessoas têm enviado mensagens de apoio e carinho. Elogiam a forma e o jeito dele. Temos feito até amigos, pessoas que estabelecem conosco uma relação de carinho”, destaca a mãe.
Hoje, a expectativa de altura máxima que os médicos deram para Gabriel é de 1,20m. Para atingir essa altura, ele precisa fazer mais uma cirurgia com um especialista em alongamento ósseo. O tratamento envolve três etapas. “Primeiro será feita a correção das alterações ósseas e alongamento ósseo do membro inferior esquerdo. Depois, a correção das alterações ósseas e alongamento ósseo do membro inferior direito. Por último, o alongamento ósseo dos membros superiores para o corpo ficar uniforme. Não dá para fazer uma correção sem a outra porque senão ele fica com um membro desproporcional e terá mais dificuldade de locomoção”, acrescenta a mãe.
Interessados em colaborar com a campanha e ajudar Gabriel a crescer podem encontrar informações sobre a história deste pequeno notável no Instagram @alongajornadadegabriel. A vakinha para a cirurgia pode ser acessada clicando aqui.
Dia Nacional de Combate ao Preconceito Contra às Pessoas com Nanismo
Hoje, 25 de outubro é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Preconceito Contra às Pessoas com Nanismo. Essa data é comemorada em diversos outros países e homenageia o ator e ativista norte-americano Billy Barty, que possuía a deficiência e criou, na década de 50, uma associação que lutava pelos direitos das pessoas com nanismo.
Durante muito tempo, pessoas com nanismo foram associadas com figuras cômicas, por conta do preconceito ao achar que elas eram incapazes de ocupar posições e de desenvolver atividades importantes. “Essa data serve para chamar a atenção para esse grupo de pessoas, que são milhares no Brasil. Combater o preconceito que ainda existe é importante. Chegamos nos lugares e as pessoas olham, principalmente as crianças. Aí vemos que os pais não educam seus filhos para a diversidade. A criança lança olhares curiosos e, muitas vezes, apontam”, comenta a advogada que sente na pele este tipo de comportamento.
A data é importante para conscientizar a população que as pessoas com nanismo são seres humanos e já ocupam lugar de destaque na sociedade, elas estudam, se casam, têm filhos e vivem como todas as outras pessoas. A diferença é que elas eles precisam superar mais obstáculos, pois o mundo não é preparado para pessoas com menor estatura.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil