A forte declaração do arcebispo de Kaduna, na Nigéria, Matthew Man-oso Ndagoso, dada em abril de 2019, quando afirmou que “estão matando cristãos como frangos” no país africano, continua acontecendo no país africano, de acordo com o portal Aleteia.
A declaração foi dada ao portal católico LifeSiteNews, em 26 de abril de 2019. Desde então, a dramática situação dos cristão perseguidos no país prossegue em um grande volume e pouco é falada no mundo.
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De acordo com o portal Aleteia, o arcebispo Ndagoso denunciou, há mais de um ano, que os ataques dos extremistas da etnia Fulani contra as aldeias cristãs não eram motivados apenas por fatores religiosos, mas também pela impunidade com que as autoridades da Nigéria os deixam agir.
“Nos estados do Noroeste do país mais populoso da África, nos quais cerca de 98% da população é muçulmana, a lei islâmica foi imposta na prática, à revelia da constituição nacional, e os cristãos são reduzidos a uma pequena minoria que, ‘infelizmente, não conta aos olhos de alguns’”, explica a reportagem.
“Sempre disse que o primeiro dever de um governo, em qualquer parte do mundo, é proteger a vida e as propriedades dos cidadãos, mas posso assegurar a vocês que não é o caso no nosso país, especialmente no Noroeste. Estão matando cristãos como frangos”, disse, na época.
O país foi o berço para o nascimento do grupo terrorista Boko Haram, em 2002, denominado como “grupo radical islâmico”, pois as suas ações correspondem ao fundamentalismo religioso de combate à influência ocidental e de implantação radical da lei islâmica, a sharia.
Em 2004, o grupo sequestrou mais de 240 mulheres entre 16 e 18 anos. Muitas foram utilizadas como escravas sexuais e algumas chegaram a lutar ao lado dos combatentes à força.
O Boko Haram luta contra qualquer contra qualquer princípio e legado ocidental deixado pela colonização britânica no país.
Em junho de 2020, o bispo de Sokoto, dom Matthew Kukah, também apontou o dedo ao governo nigeriano pela sua passividade e incompetência em fazer frente ao grupo terrorista e aos pastores nômades Fulani, que têm “perpetrado uma perseguição brutal contra os agricultores cristãos”.
Dom Kukah declara que o governo da Nigéria é “fraco e corrupto” e, portanto, “responsável pela degeneração do conflito”. Ele pede ajuda internacional.
Segundo estatísticas recentes da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia, cerca de 6 mil cristãos nigerianos foram mortos desde 2015, o que significa mais de mil por ano.
(Com SBT)