Quem lê os relatos de cristãos perseguidos em países árabes e asiáticos pode não imaginar que há irmãos e irmãs da América Latina enfrentando violenta oposição por causa da fé em Jesus
A Lista Mundial da Perseguição 2020, lançada pela Portas Abertas neste mês, relata o aumento da violência contra cristãos em todo mundo e ao analisar cada tópico da Violência destacado na pesquisa, depara-se com os dados apresentados no texto anterior, que são assustadores nas regiões em que incidência de violência e perseguição aos cristãos são extremas.
Mas, ao observar países mais próximos ao Brasil, geográfica e culturalmente, pode-se notar índices ainda altos para Colômbia, ainda que esteja em 41º lugar da Lista Mundial da Perseguição 2020. Nessa edição da Lista, a Colômbia apresenta dados alarmantes de violência: 40 prédios cristãos (entre igrejas, lojas, casas e hospitais) foram destruídos, depredados ou incendiados. Dezesseis cristãos mortos e mais de 50 cristãos presos por não negaram a Jesus e por falar dele em zonas de risco, como as regiões tomadas pelas milícias, grupos paramilitares e grupos guerrilheiros, que tomam conta de boa parte do país.
Um dos grandes responsáveis pela violência contra os seguidores de Cristo são os conflitos entre grupos criminosos e dissidentes das FARC. Os valores bíblicos expressam visões sociopolíticas contrárias às ideologias dos grupos armados, por isso existe violenta oposição.
PASTOR COLOMBIANO VISITA O BRASIL
Este é o contexto de atuação do pastor Enrique Machado* há 21 anos, que está no Brasil até o dia 2 de fevereiro para contar como vive um cristão perseguido na Colômbia. Atualmente, ele ocupa a diretoria nacional do abrigo para crianças Visão Ágape, fundado pela Portas Abertas no país.
O líder cristão sempre esteve imerso em zonas violentas de concentração de grupos paramilitares e o impacto do trabalho dele resultou até em ameaças de morte. O pastor não atuou apenas na prevenção de recrutamento de crianças para a guerrilha, ele também levou o evangelho até os integrantes dos grupos paramilitares. Quando os líderes do AUC foram presos, ele passou a atuar como capelão nas penitenciárias de segurança máxima, para que outros rebeldes tivessem oportunidade de seguir a Cristo.
Hoje Enrique Machado treina outros líderes para fazerem diferença na Colômbia. Já viajou esporadicamente para acompanhar e treinar 130 pastores de diferentes denominações. Ele também é fundador do Instituto Bíblico Peniel, onde capacita 21 estudantes de três regiões do país. Veja a agenda de visitas do pastor Machado e vá em algum dos cultos para conhecer o trabalho que ele faz com os cristãos perseguidos da Colômbia.