Dia 30 de dezembro de 2019, o pastor Wang Yi foi condenado a 9 anos de prisão na China, informou o jornal The New York Times. Ele foi detido no dia 28 de dezembro de 2018, juntamente com outros 100 membros da igreja clandestina Early Rain Covenant Church. O líder cristão é acusado de subversão do poder estatal e de fazer operações de negócios ilegais. Além da prisão, o cristão também teve os direitos políticos destituídos e US$ 7.200 apreendidos.
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Em uma carta às autoridades, escrita 15 meses antes da sentença, Wang Yi reconheceu a desobediência às ordens do governo chinês quando fossem contrárias aos ensinamentos bíblicos. Ele legitimou as autoridades chinesas como permitidas por Deus e também declarou seu propósito de vida. “A mudança de todo sistema social e político não é a missão do meu chamado, nem o propósito do evangelho dado ao povo de Deus. Porque toda a feiura da realidade, as injustiças políticas e as arbitrariedades da lei mostram que a cruz de Jesus Cristo é a única salvação que todo chinês deve ter”, justificou no documento.
Wang Yi foi um blogueiro famoso na China antes da conversão ao cristianismo em 2005. Envolveu-se em assuntos polêmicos ao criticar os abortos forçados e o massacre de 2 a 3 mil pessoas na Praça Celestial, em 1989. Após o encontro com Jesus, ele e mais outros dois conterrâneos foram convidados pelo presidente George W. Bush para uma reunião em Washington com o tema liberdade religiosa.
A China ocupa a 27º posição da Lista Mundial da Perseguição 2019. Apesar da Constituição chinesa garantir a liberdade religiosa, a nova liderança, sob o comando de Xi Jinping, tem fechado o cerco para as minorias religiosas, como cristãos e muçulmanos. Para funcionar no país, a comunidade cristã precisa ser registrada e atender às exigências governamentais, muitas delas contrárias aos preceitos bíblicos.