Da redação
A Portas Abertas tem acompanhado a história do pastor assírio Victor Ben-Tamraz e da esposa dele, Shamiram, no Irã. Eles foram sentenciados a 10 e 5 anos de prisão, respectivamente. Os “crimes” cometidos foram “conduzir evangelismo”, “atividades ilegais nas igrejas domésticas” e “agir contra a segurança nacional e o regime”. No dia 13 de novembro, eles e outros três cristãos teriam as penas revistas, mas a audiência foi cancelada porque “não havia tempo” e o tribunal estava “lotado demais” com “muitos casos”.
De acordo com Mansour Borji, diretor de uma instituição de caridade britânica de direitos humanos, o atraso de quatro anos para a tomada de uma decisão pode ser tentativa de o Irã evitar problemas com a comunidade internacional. “A repercussão da prisão de um pastor ordenado de origem étnica assíria por acusações fabricadas será enorme. Isso é um constrangimento para as autoridades iranianas e merece condenação internacional”, explica. Se mantiverem a sentença inicial precisarão prestar contas externas, mas se anularem o veredicto e absolvê-los, estão admitindo erro da justiça iraniana e confirmando a perseguição por intolerância religiosa.
Crescimento na perseguição
Mesmo com acirrada perseguição aos cristãos no país, o número de seguidores de Jesus tem crescido e, por consequência, as autoridades tomaram medidas mais radicais. “Eles começaram a impor mais restrições à participação na igreja, violando a liberdade de culto e assembleia, fechando a principal editora de Bíblia em língua persa do Irã, prendendo e aprisionando os líderes da igreja e muito mais”, testemunha um parceiro da Portas Abertas.
A corrupção dos governantes e dos influentes líderes religiosos é outro fator que tem afastado a população das mesquitas. O Estado dita os temas dos sermões e exige lealdade política dos líderes muçulmanos. “A maioria do povo iraniano não acredita mais na teocracia do regime iraniano. Eles se afastaram do islã xiita e, eventualmente, o secularismo está aumentando”, confirma o colaborador da Portas Abertas no país.
A ligação entre os governantes e líderes religiosos resulta em gastos do orçamento da nação em seminários islâmicos. Durante as manifestações violentas da população, algumas escolas de teologia muçulmana foram atacadas. “As pessoas estão insatisfeitas com o que consideram corrupção e injustiça generalizada, aumento da repressão às liberdades civis e guerras por procuração ideologicamente carregadas no Oriente Médio, que empobreceram as massas e enriqueceram as elites”, conclui o porta-voz da missão internacional.