A perseguição religiosa a cristãos não é exclusividade de países do Oriente Médio ou Norte da África. A Ásia Central – região que abriga países como Rússia, Azerbaijão, Cazaquistão, Uzbequistão e outros da antiga União Soviética – também apresenta níveis extremos de intolerância religiosa e violência contra cristãos.
Ilmur* é um cristão ex-muçulmano que vive em um desses países e tem um firme propósito: “Tenho um grande desejo de levar o Evangelho ao meu povo. Eu tenho um enorme desejo por isso!” Ele costumava ser, em suas próprias palavras, “um cara muito ruim”, mas Deus mudou sua vida, e agora ele é evangelista de Deus e lidera uma igreja doméstica com sua esposa, Gulya*.
Como se isso não bastasse, Ilmur também é um empreendedor e tem várias maneiras de sustentar sua família e ministério. Ele construiu uma sauna em seu quintal e cobra uma pequena taxa aos vizinhos para usá-la. Ele trabalha como carpinteiro, fazendo pequenos concertos para seus vizinhos. E de manhã ele também entrega pão para uma padaria local.
Relacionamentos e evangelismo
A Ásia Central tem tudo a ver com relacionamentos, e a maneira de Ilmur de compartilhar o evangelho reflete isso. Várias vezes por ano, ele viaja com sua esposa Gulya (e às vezes seus filhos) para vilarejos pobres e remotos. Ele constrói relacionamentos com as pessoas e as ajuda com suas necessidades. Ele coleta doações de roupas, calçados, medicamentos e alimentos para dar às pessoas que ele quer visitar e recebe apoio do Portas Abertas para cobrir seus custos de viagem.
O alvo é sempre aldeias distantes e necessitadas do país. Como a hospitalidade é algo muito importante entre os uigures, em cada visita sempre há uma refeição. Ele os escuta, entrega os mantimentos e sempre ora, com os que aceitam a oração.
“Começamos com a amizade e só depois de um tempo começamos a compartilhar o Evangelho. Devemos ter muito cuidado com isso. Não é apenas perigoso para nós, mas também para a família que nos hospeda”, conta o evangelista.
O povo uigur é de tradição islâmica e vive primariamente em Xinjang, região da China, mas há também comunidades espalhadas em várias regiões e países da Ásia Central.
O líder explica que sempre que visita um vilarejo, é notado como um forasteiro na vila. As pessoas começam a observá-lo, perguntando: De onde ele é? Quem ele visitará? “É por isso que precisamos ter muito cuidado com o que fazemos e como fazemos”, explica.
Apesar de ser cuidadoso, Ilmur não teme a perseguição. “Se você é perseguido, alegre-se! Deus vai cuidar de tudo. A perseguição nos fortalecerá, não devemos fugir dela”, afirma.
A igreja doméstica na casa de Ilmur é um pequeno, mas comprometido grupo de cristãos ex-muçulmanos que se reúne semanalmente para um tempo de comunhão, adoração, estudo bíblico e oração.
O grupo, e o testemunho de vida de Ilmur, já tem gerado frutos. A dona da padaria para qual ele trabalha, Danila*, se converteu a Jesus há alguns meses. Ela procurava há muito tempo, mas encontrou Jesus quando conheceu Ilmur. Ela compartilhou: “Depois que eu recebi Cristo em minha vida, meu coração está florescendo. Meu coração começou a sentir outra coisa. Vejo que minha vida está mudando. A família dela ainda não sabe que ela é cristã.
Evangelismo, apesar da perseguição.
A perseguição na Ásia Central está estritamente ligada ao evangelismo. A única forma de evitar o evangelismo e o crescimento do cristianismo na região é calando o testemunho cristão. A razão da existência da Portas Abertas nesses lugares é ajudar líderes locais, assim como Ilmur, a cumprirem o chamado de ser igreja e pregar o evangelho, apesar da perseguição. Em 2018, a Portas Abertas apoiou 175 evangelistas na região, através dos quais 2.233 pessoas foram alcançadas com o Evangelho. Assim, através de valentes como Ilmur, o reino de Deus se expande na Ásia Central.
Para saber mais sobre os países da Ásia Central e como ajudar líderes e evangelistas como Ilmur, acesse www.portasabertas.org.
*Nomes alterados por motivo de segurança
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