Da redação
Em parecer enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), a procuradora-geral da República Raquel Dodge entendeu que as investigações sobre o assassinato do pastor Anderson do Carmo, 42, deverão ser mantidas com a Polícia Civil do Rio de Janeiro e com o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).
Ele era marido da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), que formalmente não é considerada pela polícia suspeita de envolvimento do crime. Dodge entendeu que a parlamentar não tem direito a foro privilegiado se passar a ser investigada sobre a morte do pastor.
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Por possuir mandato parlamentar, Flordelis tem direito a foro privilegiado –ou seja, de ser investigada e julgada por instâncias superiores, como o MPF (Ministério Público Federal) ou o STF (Supremo Tribunal Federal), e não por autoridades estaduais.
As regras para isso, contudo, mudaram, e Dogde seguiu entendimento da Corte, de maio do ano passado, quando o STF decidiu restringir as regras do foro privilegiado para deputados federais e senadores.
Desde 2018, compete a tribunal superior julgar crimes e atos praticados no mandato, o que no entendimento de Dodge não seria o caso de Flordelis, uma vez que o assassinato de seu marido –que ocorreu na casa de ambos, em Niterói, região metropolitana do Rio– não se relacionaria à atividade parlamentar da deputada.
O documento assinado por Dodge que seguiu esse entendimento foi enviado ao STF no começo do mês, mas seu teor foi revelado ontem.
Na última sexta-feira (26), outro parecer da PGR autorizou acesso do Ministério Público do Rio a autos de um processo no STF, que corre sob sigilo.
Caberá ao ministro do STF Luis Roberto Barroso a decisão sobre a competência das investigações.
(Com UOL)