Da redação
O presidente Jair Bolsonaro agradeceu nesta quinta-feira o apoio dos evangélicos para vencer as eleições de outubro do ano passado durante discurso na Marcha para Jesus, realizada na zona norte de São Paulo. “Vocês foram decisivos para mudar o destino dessa pátria maravilhosa chamada Brasil”, afirmou Bolsonaro, o primeiro presidente da República a participar da Marcha para Jesus, diante de milhares de fiéis de diferentes grupos evangélicos que compareceram ao evento.
A Marcha para Jesus é realizada desde 1993, sendo incluído no calendário oficial do Brasil em 2009 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No ano passado, o evento reuniu 2 milhões de pessoas, e nesta edição, segundo os organizadores, a participação foi ainda maior, chegando a 3 milhões.
Bolsonaro é católico, mas normalmente participa de eventos evangélicos – a primeira-dama, Michelle, frequenta a Igreja Batista Atitude no Rio de Janeiro – e recebeu o apoio de várias lideranças durante a campanha eleitoral de 2018.
Um dos principais apoiadores do presidente é o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus. País com mais católicos do mundo – 123 milhões -, o Brasil vem assistindo a um forte crescimento de grupos neopentecostais. O número de evangélicos cresceu 60% na última década, para 42 milhões de fiéis.
Os números são do último censo realizado no país, em 2010. Bolsonaro foi acompanhado pelo deputado federal Marco Feliciano (PSC), pastor da Catedral do Avivamento e uma das principais lideranças evangélicas no Congresso. O presidente chegou à Praça dos Heróis da Força Expedicionária Brasileira (FEB) por volta das 15h30, quase seis horas depois do início da marcha, que percorreu 3,5 quilômetros pelas ruas de São Paulo.
“É a primeira vez que se ouve o nome de Deus na presidência do Brasil”, disse o fundador e líder da Igreja Renascer em Cristo, Estevam Hernandes, ao apresentar Bolsonaro ao público.
“É muito bom estar entre amigos. E melhor ainda quando são amigos com Deus no coração”, respondeu Bolsonaro, que já havia participado da marcha no ano passado, ainda como candidato, e prometeu voltar na edição de 2020 do evento.
Bolsonaro disse que o Brasil vive problemas morais, éticos e econômicos e que espera ser um “ponto de inflexão” para superá-los, com a ajuda dos evangélicos.