Da redação JM
Oito dias após ter sido anunciada pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez como secretária-executiva do Ministério da Educação, cargo considerado o “número dois” dentro do MEC, Iolene Lima informou, no início da madrugada desta sexta-feira (22), que não seguirá na pasta.
O anúncio de Iolene foi feito no Twitter. “Diante de um quadro bastante confuso na pasta, mesmo sem convite prévio, aceitei a nova função dentro do ministério. Novamente me coloquei à disposição para trabalhar em prol de melhorias para o setor. No entanto, hoje, após uma semana de espera, recebi a informação que não faço mais parte do grupo do MEC”, postou
A nomeação de Iolene nem chegou a ser publicada no Diário Oficial da União. O anúncio do nome para a pasta havia sido feito pelo ministro Rodríguez, também no Twitter, na quinta (14), mas gerou críticas.
Críticas
Lima é diretora de uma escola com bases educacionais cristã. Sua indicação rendeu críticas por ela defender ensino baseado na ‘Palavra de Deus’.
Em uma entrevista de 2014 para um programa da TV “Feliz Cidade”, um canal evangélico, Lima contou como funcionava a escola cristã que dirigia em São José dos Campos, no interior de São Paulo.
“É uma educação baseada em princípios, ou seja, baseada na palavra de Deus. É uma cosmovisão cristã (…) O aluno aprende que o autor da história é Deus. O realizador da geografia é Deus. Deus fez as planícies, fez os relevos, fez o clima. O maior matemático foi Deus. (…) Os alunos menores de primeiro ano, o primeiro contato que eles têm com a matemática é pelo livro de Gênesis. É todo o currículo escolar organizado sob a ótica das Escrituras. Elas não limitam o conhecimento, mas é a partir delas que o professor invade as áreas do conhecimento e apresenta o conhecimento formal para os alunos. (…) Somente em Cristo nós podemos educar bem”, disse.
Logo após sua indicação, a esquerda foi às redes sociais criticar Iolene.
“Legal no âmbito da religiosidade, o princípio defendido por Iolene, se for colocado como verdade em escolas, fere o princípio do Estado laico”, disse um site.
O vídeo usado para criticar a futura número 2 do MEC foi tirado de um contexto onde ela fala sobre o modelo usado na escola ligada a uma igreja.