Da redação JM
O pastor e coach Tiago Brunet é destaque no segmento gospel e também no secular com suas palestras sempre lotadas e cursos com vagas esgotadas rapidamente. Tanto sucesso fez com que a Veja SP publicasse hoje, 21, a matéria especial “Pastor e coach: Tiago Brunet acumula milhões de seguidores“, contando sua trajetória de vida e sucesso.
Os aplausos
“Em menos de dois anos, o líder religioso (que não tem igreja definida e não assina suas publicações como pastor) reuniu um rebanho de 2,3 milhões de seguidores nas redes sociais, lançou outros cinco livros e atingiu a monta de 300 000 exemplares vendidos. “Ele tem muitos insights sobre a palavra de Deus e a coloca de forma fácil para as pessoas entenderem”, diz Márcio Valadão, pai da cantora Ana Paula Valadão, do grupo gospel Diante do Trono”, diz trecho da reportagem.
A matéria assinada pela jornalista Mariana Rosário desta ainda que “quase metade dos discípulos de Brunet, no entanto, não busca suas dicas para alcançar os ‘assuntos do alto’, mas sim para enriquecer ou ganhar destaque na vida profissional. Para essa turma, ele assume a posição de coach e passa a abordar temas bíblicos apenas como uma espécie de mensagem subliminar. ‘Não uso termos bíblicos. Em vez de falar em Deus, gosto de usar a expressão ‘algo maior’ ou ‘conspiração divina’ ”, justifica”.
As críticas
Porém, tanto sucesso vem com uma responsabilidade maior. No caso de Brunet, por lidar com a Palavra de Deus, cabe a responsabilidade de zelo e interpretação correta das Escrituras em seus sermões e palestras a fim de evitar erros doutrinários.
Porém, foi justamente isso o que aconteceu, segundo o pastor Renato Vargens, outro influente líder evangélico no país.
Vargens apontou em um post recente nas suas redes sociais um “grave erro teológico” em uma fala de Tiago Brunet.
“Tiago Brunet afirmou que Deus tem o lápis do destino e o homem a borracha das decisões, o que significa dizer que o homem pode mudar a vontade de Deus“, escreveu.
Para Vargens, a fala do coach “afronta efetivamente a doutrina da soberania de Deus“, pois “Deus é o Senhor Soberano, sempiterno, onisciente, onipotente que decreta sua vontade de forma que nada nem ninguém pode muda-la”.
A crítica dura do pastor de linha calvinista recebeu amplo apoio de seus seguidores que endossaram as palavras de Vargens criticando até mesmo o crescimento do chamado “coach” dentro das igrejas no país.
Um fiel disse que a fala de Brunet é fruto da teologia arminiana, mas foi prontamente refutado por outro: “Não é não! isso é pelagianismo ou semi-pelaginismo“.
Vargens concluiu dizendo que “Tiago ao afirmar isso, demonstrou ignorância, desconhecimento bíblico e teológico, mesmo porque, as Escrituras ensinam que o Senhor é o grande Deus, o Soberano, o Rei dos reis, o Justo Juiz, o criador, o Todo Poderoso, que reina e governa o cosmos, cuja vontade não pode ser mudada pelo inferno, pelos anjos, pelos homens e nem qualquer criatura existente no universo.“
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