Da Redação JM Notícia
O vereador Lúcio Campelo (PR) há tempos vem alertando a população de Palmas sobre as irregularidades nos investimentos do PreviPalmas e exigindo a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as diversas denúncias contra o Instituto Instituto de Previdência Social de Palmas.
Nesta semana o prefeito Carlos Amastha (PSB) exonerou Fábio Martins Costa, ex-diretor de Investimento do PreviPalmas, culpando-o pela aplicação de R$ 30 milhões no Fundo de Investimento em Participações (FIP) Cais Mauá através da corretora ICLA TRUST, novo nome da NSG Capital, a mesma envolvida no escândalo do Igeprev, investigada pelo rombo de R$ 400 milhões na aposentadoria do servidor estadual.
No ano passado, ao tomar conhecimento desse investimento, Lúcio Campelo usou a tribuna da Câmara para mostrar desconfiança nessa operação, lembrando que um dos funcionários do Cais Mauá é o arquiteto Jaime Lerner, ex-governador do Paraná, nome envolvido na Operação Nosostros, a mesma que envolve a gestão de Carlos Amastha sobre a implantação do BRT em Palmas.
“São sinais evidentes que mostram que alguma coisa muito errada está acontecendo no Previpalmas. Desde o ano passado, existe um pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) aberto aqui na Câmara, mas nunca foi colocado em pauta pelo presidente Folha. Agora, temos Jaime Lerner recebendo parte do dinheiro do Previpalmas, pois ele é contratado pelo Fundo de Gestão do Cais Mauá. O que mais estamos esperando para intervir contra essa quadrilha?, questionou Lúcio Campelo.
Investimentos suspeitos somam R$ 50 milhões
O vereador Lúcio Campelo citou outro investimento suspeito feito pelo PreviPalmas, rata-se do investimento de R$ 20 milhões, também feito da mesma maneira, “as escondidas do servidor”, no Fundo Tercon, de maneira que não cumpriu com as regras estabelecidas para o financiamento máximo permitido. Nesse caso, o Previpalmas investiu muito acima do permitido, e por isso corre o risco de perder a Certidão de Regularidade Previdenciária (CRP), do Ministério da Previdência Social.
Esses valores aplicados no Cais Mauá demorarão 24 anos para ser recuperado. “O servidor público municipal terá que aguardar até 24 anos para recuperar o dinheiro investido nesse fundo podre, o mesmo que deu prejuízos de R$ 400 milhões ao Igeprev estadual”, declarou Lúcio Campelo.
Em relação ao tempo de resgate do investimento, a informação está no próprio Regulamento do Fundo de Investimento em Participações (FIP) Cais Mauá. Está previsto no regulamento que o prazo de retenção dos recursos investidos é de 12 anos (144 meses), com possibilidade de ser prorrogado por igual período, ou seja, 24 anos no total.
“O prefeito Carlos Amastha quer que o Previpalmas tenha o mesmo destino do Igeprev, um rombo milionário na aposentadoria do servidor. Depois que a repercussão foi alta, vem e faz um vídeo nas redes sociais mentindo para cidadão, se dizendo espantado com as irregularidades que surgiram, mas ele está se fazendo de desentendido, empurrando responsabilidades. Ninguém pega R$ 50 milhões e aplica sem a autorização do prefeito”, criticou o parlamentar.