Da Redação JM Notícia
Segundo o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos próximos anos o Brasil terá a maioria de sua população se declarando evangélica.
“Possivelmente em cerca de 10 e 15 anos o Brasil não terá mais maioria católica”, declarou ele em entrevista ao jornal Valor Econômico. A expectativa se dá pela quantidade de pessoas que deixam a Igreja Católica, religião da maioria dos brasileiros, e se tornam evangélicas.
O Censo de 2010 mostrava que a cada ano os católicos vinham perdendo 1% dos seus fiéis anualmente, enquanto os evangélicos cresciam 0,7%. Mas atualmente a perda de fiéis católicos tem aumentando, assim como o crescimento dos grupos evangélicos.
Um exemplo citado pelo jornal é a cidade de São Paulo, mais precisamente a periferia, a relação de evangélicos era de 52 para 100 e no centro da cidade era de 38 para 100. Nos estados de Rondônia e Rio de Janeiro essa proporção é de 71 evangélicos para cada 100 católicos e 64 para 100, respectivamente.
O que leva alguém a se converter?
O Instituto Pew, centro de estudos apartidário, laico e apolítico sediado em Washington, nos EUA, divulgou uma pesquisa feita em 18 países no ano de 2015 mostrando essa troca de religião tão presente na América Latina onde o Igreja Católica era predominante.
O resultado é que em cada cinco brasileiros, um é ex-católico. Ao procurar saber as razões para a troca de religião temos: busca por maior conexão com Deus (815); preferência pelo estilo da nova igreja (69%); e maior ênfase na moralidade (60%).
Mas para a professora Maria das Dores Campos Machado, do Núcleo de Religião, Gênero, Ação Social e Política, da Escola de Serviço Social da UFRJ, o aumento dos evangélicos se dá ao espírito empreendedor dos pastores.
“Os pastores têm um grande senso de oportunidade e muito ousadia de inventar rituais que oferecem expectativas para os que estão sofrendo”, disse ela que tem se dedicado ao estudo dos evangélicos no país. “As igrejas evangélicas criaram um caminho de inclusão e ascensão social”, afirma.