Por pastor Richardson Carvalho Melo
Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” Mt 5.13
Há dias venho pensado no valor do sal, tanto econômica, quanto metaforicamente. Tudo se transforma ou transtorna-se com a presença do SAL, desde que usado na medida certa.
É salutar pensar no porquê do sal ser empregado por Jesus como figura metafórica da vida cristã. Este composto que já fora usado até mesmo como moeda comercial até os fins do período feudal com o propósito de pagamento salarial ou moeda de câmbio, daí a origem etimológica da palavra salário.
No entanto, percebe-se que, ao longo dos séculos, a imagem cristã refletida neste elemento passou a incorporar o ser sal em o ter sal. E grandes e insípidos acontecimentos levaram a imagem do cristão a figurar nas páginas tristes da história.
Mas pensemos mais um pouco na representação do sal. Este não seria usado apenas para o comércio, seu uso principal era e é na alimentação, mas também, em tratamentos terapêuticos, ou seja, para cura de doenças. E o que mais impressiona é seu uso medicinal, pois ele pode ser usado para amenizar dores, estimular a circulação, aumentar a pressão arterial, combater inflamações. O simples gargarejo de sal com água morna ameniza inflamação na garganta e gengivas, além de reduzir os inchaços.
A falta de sal causa a chamada hiponatremia e pode causar inchaço cerebral e morte. E, o excesso do mesmo ocasiona a hipernatremia, onde os rins não conseguem eliminar o volume de sangue, fazendo com que o coração acelere e cause um infarto.
Nunca se discutiu tanto a influência cristã na sociedade e isto, em todas as suas esferas. Sua presença na política na ciência na educação, no comércio e outros ambientes nos leva à reflexão incisiva do SER SAL dito por JESUS. Somos sal! E o somos em toda sua composição seja para abençoar, seja para destruir.
Diante disso, saltam os exemplos, desde escândalos, até os esdrúxulos casos recentes expostos pela grande mídia de homens que amam o ter e não o ser. São os comerciantes da FÉ que vem causando um impacto mortífero no verdadeiro evangelho de JESUS. Apesar disso, há aqueles exemplos isolados de altruísmo vivenciados por guerreiros e defensores do verdadeiro evangelho, dos quais os holofotes do mundo “gospel” nunca darão atenção.
Mas vale salientar que o sal não aparece, não se destaca, não é visível! Ele é SENTIDO!
Se diluído em água, se posto no alimento, não pode ser visto a olho nu. Mas é muito percebido pelo paladar! Ocorre que o “evangelho gospel” perdeu esse entendimento e preferiu a visibilidade e os exageros oferecidos pela ditadura da imagem que a simplicidade da cruz. O sal se torna invisível no processo de uso. O cristão verdadeiro não se preocupa com autopromoção, todavia, se alegra em refletir a glória de quem o chamou.
Os grandes exemplos de altruísmo provocaram profundas mudanças em seu tempo. Homens como Lutero, Calvino, wiclife, JonhHuss, os irmãos Wesley, Spurgeon e tantos outros que diluíram suas vidas nas águas do Espírito, curando seu tempo e lhe dando os valores do reino.
Findo esta reflexão olhando para o céu turvo do Brasil, onde os ditos “sal da terra” tem em seus exageros, matado a fé de muita gente que desesperada por mudança, sucumbe ante um evangelho puramente mercantil.
Pr. Richardson Carvalho Melo – É pastor auxiliar na Igreja Apostólica Fonte da Vida em Porto Nacional-To. Professor (graduado em Letras pela UFT), escritor e líder do ministério de adolescente Dokmos em sua igreja.
