Da Redação JM Notícia
O presidente norte-americano Donald Trump se envolveu em mais uma polêmica com a comunidade internacional. Dessa vez por criticar um projeto de imigração apresentado no Senado.
Segundo a imprensa internacional, Trump não gostou do projeto e criticou alguns países que seriam beneficiados com essa lei como os países da América Central e da África que ele chamou de “buracos de merda”.
Moradores do Haiti, El Salvador e países africanos que vão para os Estados Unidos tentar melhorar suas vidas foram criticados pelo presidente. “Por que todas essas pessoas de países de m… vem parar aqui?”, teria dito Donald Trump. “Por que precisamos de mais haitianos”, teria acrescentado o presidente segundo testemunhas.
Pelo Twitter o presidente americano negou ter utilizado esse termo, mas assumiu ter usado “palavras duras” contra o projeto que, para ele, é “um grande passo para trás” por não estar dentro da política imigratória que ele pretende instalar no país.
“O chamado acordo bipartidário apresentado ontem para mim e para um grupo de senadores e parlamentares republicanos era um grande passo para trás”, escreveu Trump no Twitter.
Reações pelo mundo
No mesmo discurso Trump declarou que preferia receber imigrantes de países como a Noruega do que jovens vindos de países da América Central ou da África. Pelas redes sociais os noruegueses ironizaram o presidente norte-americano dizendo que “jamais trocariam a Noruega pelos Estados Unidos”, enquanto que entidades diversas se pronunciaram contra Trump.
Uma delas foi a União Africana, grupo que reúne os 55 países do continente, que se mostrou preocupada com a fala do líder dos Estados Unidos. “Diante da verdade histórica do grande número de africanos que chegaram aos EUA como escravos, essa declaração vai de encontro a todos os comportamentos e práticas hoje aceitos”, afirmou Ebba Kalondo, porta-voz da organização, à agência de notícias AP.
Quem também comentou sobre o caso foi Alex Nowrasteh, analista de políticas de imigração que atua em Washington. Ele citou dados que mostram que a probabilidade de um imigrante de “países de merda” se tornar rico nos Estados Unidos é maior que o número de noruegueses.
Citando uma pesquisa, entre 1850 e 1913, Nowrasteh diz que os noruegueses foram os cidadãos europeus que menos se deram bem nos Estados Unidos. “Os imigrantes noruegueses se deram tão mal nos Estados Unidos que 70% deles voltaram e ficaram na Noruega”, acrescentou.
Quem também criticou a fala preconceituosa do presidente foi Rupert Colville, porta-voz de direitos humanos da ONU, classificou os supostos comentários de Trump como “chocantes”, “vergonhosos” e “racistas”. A ONU tem se tornado um dos mais poderosos inimigos de Trump.
Embaixador do Panamá pede demissão
Por fim, o embaixador dos Estados Unidos no Panamá, John Feeley, resolver renunciar seu cargo em protesto à fala do presidente. Em sua carta de demissão, publicada pela “Reuters”, Feeley diz que não se sente mais “apto” a servir o governo do republicano. Ele fora nomeado embaixador em 2016, pelo então presidente Barack Obama.
“Fiz um juramento de servir fielmente o presidente e sua administração de maneira apolítica, mesmo quando não concordasse com certas políticas. Meus superiores deixaram claro que, se eu acreditasse que não pudesse fazer isso, poderia renunciar. Essa hora chegou”, disse o embaixador.