Da Redação JM Notícia
Através de uma nota, Eduardo Cunha declarou, ironicamente, que irá recorrer ao papa para ter seu pedido de habeas corpus julgado.
O ex-deputado federal questionou os interesses do ministro Edson Fachin de não mais pautar os pedidos de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal.
“Apesar de ser evangélico e não acreditar que o papa é o representante de Deus na Terra, tenho de me render ao ditado popular e, quando não se tem mais a quem recorrer, recorra ao bispo ou ao papa. Como o papa é mais graduado, ficarei com ele.”
Na nota, ele afirma que Fachin agiu “como uma criança que perde e leva a sua bola para casa acabando com o jogo” pois a segunda turma do STF aceitou libertar José Dirceu, contrariando sua vontade.
“O ministro não pautou mais nenhum HC [habeas corpus] na turma. Ainda levou o HC de Palocci para o pleno do STF, sem pautá-lo, levando inclusive Palocci a impetrar um HC contra o próprio ministro Fachin pedindo julgamento”, escreveu Cunha que está preso desde outubro do ano passado, após ser condenado a 15 anos e quatro meses de prisão.
Querendo sua liberdade, Cunha alega que no seu caso estão dificultando o processo, retardando a instrução, não fazendo o pedido eletrônico – mas enviado via Correios – e demorando para enviar o processo ao Ministério Público.
“No meio do caminho, me impôs nova prisão, em decorrência da delação da JBS, sem qualquer prova da acusação feita contra mim, prisão aliás que já recorri e o relator também não pauta para deliberar.”
Cunha ainda cita as acusações da JBS, onde ele supostamente está recebendo para ficar em silêncio e diz que Fachin ajudou os donos da JBS a ficarem soltos por conta de uma amizade entre eles.
“Quando os senhores Joesley Batista e Ricardo Saud me procuraram para ajudar na aprovação do então candidato ao STF Edson Fachin, além da relação de amizade que declararam ter com ele, me passaram a convicção de que o país iria ganhar com a atuação de um ministro que daria a assistência jurisdicional de que a sociedade necessitava”, revela.
Para o ex-presidente da Câmara dos Deputados, por conta dessa amizade os donos da JBS “em apenas três dias conseguiram homologar um acordo vergonhoso, onde ficaram livres, impunes e ricos.”
Por fim, ele clama pelo “direito ao julgamento e não ser vítima de uma obstrução da Justiça a que todos os brasileiros têm direito” e recorrer ao papa para ser julgado.