O possível convite para Kátia Abreu ser candidata à presidência do Brasil é o mesmo que juntar a fome com a vontade de comer. Para nós, curraleiros, “chegou a hora da onça beber água na fonte”. Ou vai ou racha. O certo é que, nesse momento, a senadora tem duas possibilidades reais: uma é pra já, agora, que é uma possível candidatura à presidência do Brasil. A outra, é só para o ano que vem, quando poderá ser candidata ao Governo do Estado.
No momento em que o Brasil afundado em crise e se diluindo na incompetência, Kátia Abreu pode ser o nome certo por várias razões. A senadora já mostrou sua capacidade tanto na política quanto na iniciativa privada. Como presidente da Confederação Nacional da Agricultura, CNA, que tem um dos maiores orçamentos do país, ela foi firme, brigou pela categoria e expandiu o agronegócio brasileiro para o mundo. Experiência administrativa e política não lhe faltam. Mas, Kátia não é inocente e sabe que “desse lado do muro o jogo é duro” e desleal, por isso deverá ter habilidade para surfar nessa tempestade de vento trapaceiro.
Kátia Abreu precisa ter coragem e encarar desafios. Se ela tem um sonho guardado no bolso, está na hora de jogá-lo na mesa e partir para a luta sem medo. O tempo presente não permite que a senadora durma no tempo; já que o nome dela foi lembrado, ela precisa arrochar, gastar sapato, chinelar por todas as regiões do País em busca de apoio à confirmação do seu nome como candidata. O que se espera agora da senadora é fibra, entusiasmo, e que não fique na esquina catando vento, outros já fazem isso. É hora de juntar os amigos e sair dos corredores de Brasília e chinelar país afora.
Chico Buarque escreveu: “a gente quer ter voz ativa e no nosso destino mandar, mas eis que chega a Roda Viva e carrega tudo pra lá”. A senadora não pode permitir que a Roda Viva lhe tire a chance e a oportunidade de disputar o cargo mais importante do País. Quem cultiva a roseira deve desfrutar do perfume dela.
Até agora, a senadora tem demonstrado não temer os vendavais. Se ela não pode ter o controle dos acontecimentos, pelo menos deve ter a capacidade de fazer escolhas e de assumir as rédeas de decisões importantes, como essa que surge de ser candidata ao palácio da Alvorada. Quem monta em cavalo errado corre o risco de cair. Hoje, Kátia tem a oportunidade de montar no cavalo certo. O cavalo já está selado. A hora de montar é agora.
Concluindo: a lembrança do nome de Kátia Abreu para concorrer à presidência da República não é fruto de sorte nem de teimosia, mas da oportunidade que surge nesse momento conturbado da política brasileira. Não acredito em sorte; acredito em oportunidades; sorte, para mim, é quando a preparação encontra a oportunidade, como já dizia um professor meu. A senadora não está forçando a maçaneta, a porta já está aberta. Agora é só entrar; se Kátia não entrar, outro entra e faz a festa, e nem seremos convidados.
Alberto Rocha – é Jornalista