Da Redação JM Notícia
A Reforma Protestante completará 500 anos no mês de outubro, para falar sobre o tema o site Deustche Welle conversou com pastor luterano Cláudio Kupka que, entre outras coisas, falou sobre a situação atual das igrejas protestantes no Brasil.
Em um dos pontos mais polêmicos da entrevista, Kupka declara que a Igreja Luterana tem tentado se desvencilhar do termo evangélico para não ser confundido com igrejas pentecostais e neopentecostais.
Eles preferem ser chamados de “protestante” pois no entendimento geral da população brasileira há a ideia de “ideia de que ser evangélico é estar interessado no dinheiro e explorar o povo”, como bem esclareceu o pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).
Outra mudança que a igreja adotou foi não usar mais a palavra bispo para não serem confundidos com os líderes das igrejas neopentecostais. “Há alguns anos, tivemos um debate sobre o uso da palavra bispo, que é uma autoridade pentecostal, por causa da má imagem na sociedade. Adotamos então o nome ‘pastor sinodal'”, explicou.
Kupka afirmou também que os neopentecostais como Igreja Universal e Igreja Renascer não podem ser considerados como teologia cristã, pois romperam com os conteúdos básicos da fé.
“Se Lutero vivesse hoje, ele provavelmente criticaria os pentecostais e neopentecostais por estarem vendendo salvação”, declarou. “É uma ironia que agora a TV Record, de propriedade da Igreja Universal, vá lançar um seriado sobre Lutero. Justamente a denominação que mais trai os princípios da Reforma vai capitalizar em cima dessa comemoração”, completa.
Igreja Luterana e as questões de gênero
Além da questão da teologia da prosperidade, a Igreja Luterana se difere das grandes denominações evangélicas quando o assunto é homossexualidade e questões de gênero.
“A interpretação literal da Bíblia acaba causando divisões e divergências. Por exemplo, a questão de gênero. Os pentecostais são categóricos que homossexualidade é pecado e não aceitam ninguém com esta opção sexual. Já os protestantes tratam o tema com respeito, mesmo que alguns não abençoem uniões homossexuais”, afirmou.
Para ler a entrevista completa no site Deutsche Welle acesse aqui.