Especialistas dão dicas úteis sobre como os pais podem identificar e ajudar seus filhos a não se envolverem no jogo Baleia Azul, uma série de 50 ordens que desconhecidos dão a adolescentes, por meio de redes sociais, sendo que a última exige o suicídio do participante. A Polícia investiga pelo menos dois casos de morte no Brasil: em Mato Grosso e na Paraíba. O caso de uma menina do Rio só não teve o mesmo fim trágico graças a intervenção de sua mãe.
A delegada interina da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), Fernanda Fernandes está traçando um perfil dos participantes do jogo. Segundo a policial, costumam ser atraídos para esse tipo de troca de mensagens adolescentes entre 12 e 14 anos, em média, e quem entra tem medo de sair por medo das ameaças dos administradores. A delegada recomenda aos pais fiscalizarem o uso de redes sociais pelos filhos. Veja, a seguir como se prevenir:
Mudanças de comportamento
Fique de olho se seu filho ou filha apresentou uma mudança brusca de comportamento. Isso pode ser sinal de que a criança ou adolescente esteja sofrendo com algo que não sabe lidar, segundo Elizabeth dos Reis Sanada, doutora em psicologia escolar e docente no Instituto Singularidades (SP). “Isolamento, mudança no apetite, o fato de o adolescente passar muito tempo fechado no quarto ou usar roupas para se esquivar de mostrar o corpo são pistas de que sofre algo que não consegue falar”, diz.
Demonstre interesse
Para entender se o jovem está com problemas, é fundamental que os pais se interessem por sua rotina. Elizabeth reforça que esse deve ser um desejo genuíno, e não momentâneo por conta da repercussão do jogo: “Os pais devem conhecer a rotina dos filhos, entender o que fazem, conhecer os amigos”.
Espaço para o diálogo
Filhos devem se sentir acolhidos. Por isso, Elizabeth reforça que é necessário que os pais revertam suas expectativas em relação a eles: “É preciso que o adolescente fique à vontade para falar de suas frustrações e se sinta apoiado. Se ele tiver um espaço para dividir suas angústias e for escutado, tem um fator de proteção”.
Vulnerabilidade
Angela Bley, psicóloga coordenadora do Instituto de Psicologia do Hospital Paqueno Príncipe (PR), diz que o adolescente com autoestima baixa e sem vínculo familiar fortalecido é mais vulnerável a cair neste tipo de armadilha. “O que tem diálogo em casa, não é criticado o tempo todo e tem autoestima melhor tem risco menor”. Ela reforça que muitas vezes o jovem não tem capacidade de discernir sobre todo o conteúdo ao qual é exposto. “Por isso, é importante o diálogo franco”.
Confiança
O jovem precisa buscar pessoas em quem confia para compartilhar seus anseios, seja na escola ou na família. “Que ele não ceda às ameaças de quem já está em contato com o jogo e entenda que quem está à frente deles são manipuladores”, diz Elizabeth.
Iniciativas da escola
As escolas podem ajudar a identificar situações de risco entre os alunos. “Não é qualquer criança que vai responder ao chamado de um jogo como esse, são os que têm situações de vulnerabilidade. A escola ajuda a construir laços e tem papel fundamental de perceber como os alunos se desenvolvem”, afirma Elizabeth. Alguns colégios, já cientes da viralização do jogo, começaram a pensar em alternativa para aumentar a conscientização sobre a importância de cuidar da vida. Com informações Extra