Da Redação JM Dermival Pereira
O vereador Major Negreiros (PSB), fez contato com o JM Notícia no início da tarde desta sexta-feira, 31, para se posicionar sobre as declarações dadas por ele, durante uma audiência pública, realizada na Câmara de Palmas na última terça-feira, 28, que debateu o avanço do consumo e tráfico de drogas na Capital, nas quais o parlamentar criticou padres e pastores e questionou os líderes religiosos sobre a atuação das igrejas no combate ao uso de drogas e que frequenta a igreja católica e evangélica.
“Qual o trabalho que a igreja católica faz? Eu conheço vários padres. Os padres saiam das igrejas e iam fazer o trabalho pastoral. E agora? Cadê os padres? É fácil vir aqui e cobrar ação dos vereadores”, disparou Negreiros, que também criticou os evangélicos. “Qual o trabalho que as igrejas estão fazendo nas escolas? Senti falta das igrejas evangélicas. Eu não vejo nenhum pastor de igreja fazendo trabalho social nas escolas, visitar realmente quem está precisando”, criticou o vereador durante a audiência.
Nesta sexta-feira, Negreiros negou que tenha falado com a intenção de ofender as igrejas. “Ocorre que na minha fala eu disse que cheguei às 8 horas da manhã e permaneci até o término da audiência ouvindo atentamente a fala e posicionamento de todos e vi que estavam ali somente para fazer uma apresentação de estatísticas positivas das suas áreas e pelo que apresentaram está tudo as mil maravilhas, e pelo visto não precisava de audiência pois todos faziam seu papel sem falhas”, disse.
Segundo o vereador, “quando falei por último quase todas as autoridades já tinham saído pois tinha firmado outros compromissos e aquela audiência me parecia não ser prioridade para eles. Questionei o cerimonial e ao presidente o porquê da ausência naquela audiência dos pastores, se haviam sido convidados ou não, pois de líder religioso só havia o Bispo. E se tinha outro líder religioso não foi apresentado a mesa de líderes. E dando continuidade perguntei o porquê das autoridades que tem o poder de decisão na área da segurança pública nao estavam presentes”, afirmou.
“Na continuidade parabenizei o Proerd pelo trabalho feito, também parabenizei ao Denarc pelas ações e cobrei ações do delegado na Buritirana e Taquaruçu que está desassistido de polícia e o consumo de droga tá as claras para todos verem”. “Questionei que estávamos ali para traçar encaminhamentos reais para a solução do problema e falei que moro em um setor que tá largado as traças em relação a projetos sociais, seja de igrejas ou poder público. Moro aqui em Taquaruçu há 26 anos e nunca vi um projeto social ligado a igreja católica ou evangélica direcionado ao combate de drogados ou para tirar os jovens das drogas no nosso bairro. Aí querem dizer que ataquei as igrejas, e olha que sou católico e participo também da igreja Batista onde me sinto muito bem” ressaltou.
Negreiros declarou ainda ficou frustado com a audiência: “Fiquei frustrado com a audiência pois nada de concreto foi traçado para ações futuras”, finalizou.
Entenda
Após as declarações de Negreiras, o vereador Filipe Martins (PSC), saiu em defesa das igrejas, enfatizando o trabalho de recuperação física, emocional e espiritual das igrejas, e definiu como “infeliz” o comentário de Negreiros, ao dizer que as igrejas não tem atuação no combate de entorpecentes. “Tivemos uma emenda de mais de 200 mil, através do vereador João Campos, e nosso trabalho continua aqui na Câmara. Tanto a igreja Católica quanto a igreja Evangélica tem um trabalho prestado e efetivo de conscientização, de combate de prevenção e acompanhamento”, rebateu Martins.
Na oportunidade, Filipe falou sobre atuação de diversas instituições de recuperação, que são evangélicas, a exemplo do Instituto Leão de Judá, coordenada pelo pastor Manoel Albuquerque, Instituto Crer, Instituto Eliezer e outros. Ele ressaltou que a igreja segue a premissa do livro de Mateus cap. 6, na Bíblia. “… não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”.
A vereadora A vereadora Laudecy Coimbra (SD) também se pronunciou contra a fala de Negreiros. “Existe sim a pastoral Carcerária da igreja Católica, existe a instituição Leão de Judá. As igrejas estão fazendo o seu papel”, disse.
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