Por – Antônio Da Cruz
Hoje faz quatro anos desde que a fumaça branca foi expelida da chaminé da Capela Cistina, anunciando para milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro e observadores pela televisão ao redor do mundo, que os Cardeais haviam chegado a um consenso sobre quem deveria ser o novo papa da Igreja Católica. Nascido em Buenos Aires, Argentina, como Jorge Mario Bergoglio,ele é o primeiro papa latino-americano, e o primeiro pontífice do hemisfério sul. Jorge Mario adota o título de “Papa Francisco”, titulo que expressa sua motivação particular dentro da fé cristã, e indicação os propósitos de sua missão.
Em sua simplicidade, o Papa Francisco promoveu uma revolução inesperada no Vaticano, e foi alvo de várias criticas dos bispos conservadores que passaram a acusa-lo de promover desvio nos ensinamentos da igreja, em referencia ao documento apresentado no Sínodo Extraordinário sobre a Família, realizado no mês de outubro de 2014, e que diz que os homossexuais têm “dons e atributos a oferecer”, e que defende o reconhecimento da união homoafetiva(o globo).
Ele criticou o distanciamento da Igreja Católica no aspecto evangelizador,considerando o novo modelo familiar que é a realidade de nosso século. No documento ele propôs como desafio, uma reaproximação pastoral da família no contexto da evangelização, propostas que foram entendidas pelos grupos conservadores do Vaticano, como “ideias relativizadores e abrandamento das normas”, o que gerou debates intensos e criticas inéditas ao Papa. Na esteira do que poderia ser chamado de “reformas promovidas pelo Papa Francisco”, aconteceu a intervenção na Ordem de Malta, quando demitiu o grão-mestre da organização Matthew Festing, pela autorização do uso de preservativos num projeto de auxílio médico para os pobres, embora a nomeação para a ordem seja por costume, vitalícia. O afastamento do grão-mestre de Malta gerou divergências diretas entre o cardeal norte-americano Raymond Burke e o Papa Francisco. Fonte (Financial times: 27-01-2017, e Público: 13-02-2017).
No campo politico humanitário, o Papa Francisco diariamente defende os refugiados muçulmanos, ao ponto de alguns comentaristas dizerem que ele está quase “obcecado” pelos refugiados e nem consegue ver no Islamismo uma religião agressiva, como posto pelo professor de História Roberto de Mattei ao Financial Timesno final de Fevereiro deste ano. O Papa Francisco exerceu fundamental influência nas discussões de reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, e tornou possível a viagem de Barack Obama à terra de Fidel Castro em março de 2016.
Depois de elogiar os acordos feitos com as Forças Armadas Revolucionaria da Colômbia (FARC), o Papa fez uma agenda para visitar o país entre os dias 06 e 11 de setembro deste ano, segundo informaçõesdaRádio Vaticano em 10/03/2017. A visita ao país será de grande importância, pois visa reestabelecer aspectos relacionais e politicas humanitárias, realidades extremamente comprometidas na nação.
Com atitudes simples que geram aplausos de uns, rejeição e desconfiança de outros, o Papa Francisco vem ganhando admiração de Teólogos de todas as linhas interpretativas, Filósofos, e formadores de opinião dos mais variados seguimentos críticos pelos temas que aborda e pelas atitudes tomadas diante de grandes desafios. Ele discute abertamente reconsiderar a questão do celibato e admitir o que ele chama de “viril probati” (homens casados, aposentados, e com tempo e compromisso reconhecido pela igreja). Essa foi uma questão complexa que levou ao rebaixamento do Teólogo Huns Küng para o titulo de “Livre pensador teológico”. O Papa também manifesta a sua preocupação com os pobres e crianças, tendo combatido na Igreja Católica as praticas de pedofilia. Vem demonstrado que a sua missão como a de um bom franciscano, tem o ser humano e o clamor social como alvo principal.
Como dito pelo Reverendo Caio Fabio em entrevista ao programa de rádio, Pânico na Band, o Papa Francisco surge no cenário religioso ocidental, como um desejável “ser humano possível”, capaz de alvoroçar a Cúria Católica com os rasgos simples, dignos de um ser humano que pretende se apresentar ao mundo como conciliador, ou reconciliador em todos os sentidos. Para o Reverendo, a única figura pública, humana, planetária nesse aspecto depois do Papa João Paulo II foi Dalai Lama.
Como bem disse Dom Angelo Becciu em entrevista que será publicada no livro “Vaticano”, editado pela editora Cidade Nova.“Não precisa confundir a fidelidade à doutrina com ideologia de quem não quer mudar nunca”.“Não somos fechados em um sistema de verdades cristalizadas, mas somos, ao invés disto, um organismo vivo”. E isto “implica caminhar, interrogar-se, às vezes ter a coragem de abandonar formas e métodos do passado, buscar os novos caminhos que o Espírito nos sugere para viver o Evangelho e comunicá-lo”. Afirma Dom Angelo Becciu ao mencionar as reformas propostas pelo Papa Francisco. Fonte (Radio Vaticano).
Assim Jorge Mario Bergoglio celebra seu 4º ano de pontificado como Papa Francisco, defendendo os direitos humanos, promovendo o respeito à religião individual, reestabelecendo as relações entre as nações, e propondo a governos o acolhimento aos refugiados.