A pastora Denise Seixas deixou a presidência da Igreja Bola de Neve após enfrentar pressões e ameaças, conforme revelou um áudio de 32 minutos divulgado nesta quarta-feira (13) pelo site Fuxico Gospel. Na gravação, ela admitiu ter assinado um contrato de confidencialidade que a proíbe de detalhar questões financeiras e administrativas da instituição. O caso reacendeu discussões sobre a falta de transparência em organizações religiosas.
Áudio expõe tensões internas
No registro, divulgado após supostas disputas internas, Denise Seixas relata ter sido alvo de pressões “inaceitáveis” que a levaram a renunciar ao cargo. Ela não detalhou a natureza das ameaças, mas afirmou que a decisão de sair foi “difícil e necessária”. O Fuxico Gospel publicou trechos da conversa, que inclui diálogos com Márcio Bieda, nome não identificado na íntegra.
A ex-líder confirmou no áudio a existência de um acordo legal que a impede de discutir publicamente aspectos sensíveis da gestão da igreja. “Estou de mãos atadas legalmente”, declarou, sem especificar os termos do documento. Especialistas ouvidos de forma indireta pelo site apontam que cláusulas desse tipo são comuns em instituições religiosas, mas dificultam a prestação de contas à sociedade.
O caso da Igreja Bola de Neve reacendeu críticas sobre a opacidade na administração de entidades religiosas, que, por lei, não são obrigadas a divulgar balanços financeiros no Brasil. Para advogados especializados, a falta de regulamentação específica permite que conflitos internos, como o relatado por Denise, sejam resolvidos em sigilo. Movimentos sociais cobram maior fiscalização sobre o uso de recursos doados por fiéis.
Igreja ainda não se pronunciou
Até o momento, a Igreja Bola de Neve não emitiu nota oficial sobre o conteúdo do áudio ou a renúncia da pastora. Em 2023, a denominação enfrentou polêmicas semelhantes envolvendo doações milionárias, segundo registros do Fuxico Gospel. O silêncio da instituição tem alimentado especulações sobre possíveis investigações ou rupturas na liderança.