Jia (pseudônimo) é uma cristã com pouco mais de 30 anos. Ela conheceu a Jesus quando estava no Ensino Médio, na China. “Naquela época, eu passava a maior parte do tempo procurando o sentido da vida. Meus colegas perceberam e disseram que eu deveria tentar orar”, conta Jia. Mas a jovem não deu atenção ao conselho e seguiu a vida.
Quando estava na universidade, uma amiga compartilhou o evangelho com ela novamente. “Foi quando comecei a ir à igreja. Mas como uma universitária, não parava para orar e ler a Bíblia. Na maior parte do tempo, pensava em ganhar dinheiro e me envolver com diferentes atividades de clubes acadêmicos. Mas, depois de refletir sobre minha vida, decidi voltar a Jesus. Comecei a servir a igreja, a liderar o louvor e até mesmo participei de viagens missionárias em áreas budistas do país”.
Algum tempo depois, Jia teve a oportunidade de ir para o exterior, em um projeto missionário que um amigo havia recomendado para ela. No programa, ela recebeu treinamento e capacitação bíblica. Mas ela não imaginava o que encontraria no retorno da viagem, quando voltasse a ver os pais e as autoridades locais na China.
A lista vazou
Jia passou dois anos no exterior, em treinamento para servir a igreja na China. “Depois que voltei, soube por meio de algumas pessoas que a lista [de participantes do treinamento] havia vazado e que alguns amigos tinham sido convidados para tomar um chá [interrogatório] com as autoridades locais. Eu estava pronta para enfrentar algo parecido, mas ninguém me procurou naquele momento”, conta Jia.
Os encontros para “tomar chá” são uma forma discreta que as autoridades chinesas usam para interrogar cristãos ou outros suspeitos de atividades ilegais. Durante o Ano Novo Lunar de 2022, um período de grandes festas na China, quando as pessoas voltam para a terra natal e visitam os familiares e amigos, Jia foi surpreendida no vilarejo dos pais.
Com Portas Abertas