Cinco líderes cristãos e alguns familiares foram presos no Sul da China em meados de 2023. Jiang*, Fei* e Zhen*, três dos cristãos presos, são membros da mesma família e outros dois líderes são de outras famílias. Eles ficaram detidos por mais de três meses. Quatro dos cristãos presos também receberam uma multa de cinco mil yens, a moeda chinesa, por “atividades religiosas ilegais” e um cristão recebeu uma multa de 300 mil yens por “estabelecer instituto de educação privado não autorizado”.
Os líderes cristãos tentaram um apelo, mas a Corte manteve a condenação. Até agora, nossos parceiros aguardam notícias para saber se os cristãos continuam presos ou não. Segundo informações confirmadas por nossos parceiros locais, o local onde os cristãos se encontravam e duas escolas próximas foram revistados por autoridades locais e membros do Ministério de Assuntos Religiosos. Muitos livros, cadeiras e mesas foram confiscados.
Família abalada
Recentemente, a esposa de Jiang publicou uma carta aberta na internet que foi vista por um dos parceiros locais da Portas Abertas em novembro. Na carta, ela disse que “como meu marido foi preso, a empresa onde ele trabalhava o demitiu. Eu também fui demitida pela empresa. Nós dois perdemos o trabalho. Como vamos viver? Eu fiquei sozinha, pois nosso filho está estudando em outra cidade. Ele também foi muito afetado pela prisão”.
“Ele e o pai costumavam fazer videochamadas duas vezes por semana. Agora eles estão há mais de 60 dias (quase dois meses) sem se falar. Isso afetou seus estudos e emoções. Minha saúde emocional está instável e a saúde física também está se deteriorando. A saúde da minha mãe começou a piorar também desde que ela soube [da prisão]”, acrescentou a esposa do cristão.
A cristã também disse que “três [dos cristãos presos] são cristãos bons e dedicados. Eles amam a Deus, as pessoas e a família. Eles tomam conta da família, nunca tiraram vantagem de ninguém, mas se dedicam a ajudar a comunidade e aos trabalhos de caridade. Eles nunca tentaram prejudicar a sociedade ou criar distúrbios sociais. Por que prenderam essas pessoas boas?”.
“Meu sogro é surdo e tem deficiência e minha sogra tem doença mental. Ela quer ver os filhos todos os dias, mas eu só posso dizer a ela que ‘eles estão fora por algum tempo em uma viagem de estudos’. Mas, depois de alguns meses, eles perguntaram de novo sobre os filhos: ‘Por que eles foram juntos? Por que estão demorando tanto?’. Eles ainda não sabem o que está acontecendo de fato e eu não consigo imaginar se eles suportariam a dor de saber que os filhos estão presos”, concluiu a esposa de Jiang.
Com Portas Abertas (Imagens ilustrativa – Nomes alterados por segurança).