O influenciador evangélico Victor de Paula Gonçalves (foto), mais conhecido como Victor Bonato, foi liberado da prisão nesta quinta-feira (16) após uma decisão judicial. Ele havia sido detido por quase 60 dias, enfrentando acusações de crimes sexuais contra três mulheres em Barueri, na Grande São Paulo.
A prisão de Bonato ocorreu em 20 de setembro, um dia depois de ele ter postado um vídeo nas redes sociais pedindo perdão às jovens. Na época, admitiu suas falhas e reconheceu não ter agido como deveria.
A 2ª Vara Criminal de Barueri rejeitou o pedido de conversão da prisão temporária de Bonato em preventiva. O juiz determinou a soltura e aceitou parte das acusações, permitindo que o réu responda por crimes sexuais. O juiz Fabio Calheiros do Nascimento alegou que, com base nos relatos das mulheres, alguns detalhes não eram consistentes o suficiente para sustentar um processo judicial após a conclusão da investigação.
O documento também levantou dúvidas sobre o consentimento em um dos episódios relatados. O juiz sugeriu que alguns dos dados narrados pelas vítimas não parecem ser abusivos e destacou que a investigação deveria ter sido mais detalhada.
Nascimento acatou as acusações relacionadas a pelo menos quatro episódios envolvendo as três mulheres, enquanto outras alegações foram consideradas frágeis. O juiz impôs restrições a Bonato, proibindo-o de se aproximar das vítimas, manter contato e sair do país. Ele também deve permanecer em casa durante a noite e nos dias de folga, sob risco de prisão em caso de descumprimento.
As advogadas de defesa, Graciele Queiroz e Samara Batista, destacaram falhas na investigação e afirmaram que a decisão valida os argumentos apresentados pela defesa. As identidades das vítimas permanecem em sigilo devido ao processo.
Victor Bonato, fundador do grupo evangélico Movimento Galpão, voltado para jovens de classe média alta, tem mais de 145 mil seguidores no Instagram. Ele ganhou destaque por suas pregações online e cultos transmitidos pelas redes sociais. O grupo Galpão anunciou sua exclusão um dia antes da prisão, citando um evento que “fere a palavra e está em desacordo com o que Jesus nos ensina”. Bonato, em um vídeo, confessou seus erros, expressando arrependimento por envolver-se no “pecado da imoralidade e iniquidade”.