Da Redação JM Notícia
Em entrevista ao JM Notícia o candidato e deputado Zé Roberto (PT) foi categórico ao afirmar que não desistirá de sua candidatura para se juntar a outra coligação. “A possibilidade da minha candidatura de não chegar até o fim é zero, pois não há em outra candidatura algo que represente, nem minimamente, o que eu acredito que seja gestão pública, todos representam interesses da classe dominante e do poder econômico da nossa cidade”.
O candidato pela coligação “Avançar a Unidade Popular”, composta pelos partidos PT e PSOL, critica a gestão atual por ter uma visão mercantilista da gestão pública. “A prefeitura não é uma empresa, não é para dar lucro, é para atender o anseio e a necessidade da população”. Durante a entrevista, Zé Roberto falou ainda sobre saúde, moradia, estacionamento rotativo, bandeiras do PT.
O candidato acredita que o momento político por qual passa seu partido pode ter influenciado a sua campanha a não ter ganhado força na Capital. E questionado sobre seu modelo de campanha mais simples, sem grandes gastos, sem comícios e comitês, Zé Roberto diz que pratica aquilo que acredita. “Precisamos mudar a prática da política, esse modelo de campanha tradicional que reflete uma relação de poder entre àqueles que detêm o poder econômico e querem ser donos do poder político sobre a população que não pode concorrer a candidatura por não ter recursos para isso. Então nossa campanha enfrenta essa lógica, nossa disputa pelo voto é através das propostas”.
O deputado Zé Roberto afirma ser necessário mudar a relação do poder público com a sociedade e defende o fortalecimento dos conselhos, das associações e movimentos comunitários e a implantação de um planejamento e orçamento participativo, que dialogue com a sociedade, um mecanismo que permite à sociedade influenciar diretamente na execução financeira do município. “Hoje, quando a gente compara o que é prioridade para população e o que é executado pela prefeitura há um distanciamento muito grande”. E elenca exemplos prioritários com a moradia, o transporte público e a saúde.
Para o petista é preciso olhar para a cidade com o olhar de seus moradores, daqueles que utilizam o serviço público, e acrescenta que nos últimos anos não houve avanços no quesito moradia. “Hoje em Palmas, quem não tem moradia ou mora em casa inacabada é mais de 50% da população”, afirma o deputado que diz que se eleito irá combater o vazio demográfico na Capital, ocupando as quadras que já são dotadas de infraestrutura. “Esse enfrentamento precisa ser feito para adensar essa cidade, não há condições de termos uma cidade tá esparramada”.
Saúde
Questionando sobre o enfrentamento da saúde pública de Palmas, caso eleito construiria um hospital em Palmas, a fim de desafogar o fluxo do Hospital Geral de Palmas, Zé Roberto é incisivo que essa não é competência do munícipio. “Em todas as campanhas ouço promessas de construção de um hospital em Palmas, mas nunca saiu do papel, e sabe o porquê? Por que não é atribuição da prefeitura, não há previsão de recursos pelo SUS ou de financiamento para execução. A minha proposta é de que a prefeitura melhore os serviços de sua competência”. E complementa, “quem tem obrigação de construir mais hospitais em Palmas é o Governo do Estado”.
Estacionamento Rotativo
Sobre o estacionamento rotativo, o petista ressalta que se eleito irá manter a administração das vagas de estacionamento, mas com ressalvas, visto que não há um consenso da população sobre o assunto. “Tirando os gastos do estacionamento, iremos investir no transporte público, na mobilidade e acessibilidade, e a mudança será definir um tempo de tolerância e estudar a possibilidade de readequação do preço”.
Bandeira do PT
Zé Roberto nega que o PT defenda o aborto e assegura que o partido apenas reconhece o que é garantido na lei. “O Estado não deve interferir na escolha das pessoas, com quem se relacionam, mas cabe ao Estado garantir os seus direitos. Há casos que precisam ser debatidos e há casos que se precisa achar soluções. Nós queremos que todas as nossas políticas sejam definidas pela população, sem discriminação”.
Avaliação da Atual gestão
Ao JM Notícia, o deputado afirmou ainda que sua campanha não é contra A ou contra B, mas é pela população de Palmas e avalia a gestão de Amastha muito distante do desejo da população, “voltada a práticas de gestão que não atendem a população”, e põe como exemplo os aspectos da saúde, educação, moradia e do transporte público. “E posso dar outro exemplo, Palmas foi muito forte nos movimentos comunitários e esses movimentos sempre utilizaram os espaços públicos e nesta atual gestão, para qualquer membro da sociedade utilizar esses espaços tem que pagar. E isso enfraqueceu e muitos esses movimentos populares e a participação dos jovens”. Para o parlamentar, sem esses espaços a juventude fica muito mais suscetível a violência e as drogas.