Em 2015, o país contava com cerca de 20 mil igrejas evangélicas, saltando para 109,5 mil em 2023. O predomínio é das denominações pentecostais (48.781 templos), como a Assembleia de Deus, Igreja Quadrangular e a Deus é Amor.
Entre os motivos para esse boom está o enfraquecimento do catolicismo, que perdeu alcance com a formação das periferias urbanas após o êxodo rural. Outro ponto importante para essa expansão é a acessibilidade dos evangélicos no diálogo com a periferia, que representa a maior parte da população brasileira. Momentos de crise política, social e econômica também levam as pessoas a buscarem mais apoio espiritual. Além disso, as estruturas menos “engessadas” das igrejas evangélicas têm atraído mais jovens, que normalmente não se enquadraram no tradicionalismo da Igreja Católica.
Divisão das igrejas
Para o estudo, as igrejas evangélicas foram divididas em quatro grupos: missionárias, pentecostais, neopentecostais e de classificação não determinada. Os dados foram obtidos do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de que, como qualquer empresa, as igrejas precisam para operar.
Os dados são subestimados, no entanto, porque muitos estabelecimentos religiosos operam sem CNPJ. O Cadastro permite acompanhar a abertura dos estabelecimentos desde os anos 20 do século passado. Além disso, um método computacional permitiu detectar e analisar a razão social de mais de 150 mil templos evangélicos inscritos na Receita Federal.
Período de maior crescimento
Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) aponta que o maior ciclo de crescimento de templos evangélicos no Brasil ocorreu entre 2000 e 2016. Dois principais fatores explicam o boom dos templos evangélicos neste período.
Com a aprovação desta lei, organizações religiosas e partidos políticos foram definidos como pessoas jurídicas de direito privado. Isso garante que instituições de qualquer religião sejam criadas, sem que o Estado possa negar seu registro.
Com informações Jornal Opção